Brasília – O ministro da Justiça, Tarso Genro, evitou comentar a informação de que a Polícia Federal (PF) teria apreendido na residência oficial do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, dinheiro cuja série numérica é a mesma de um lote de cédulas apreendidas em duas empresas acusadas de participar do esquema de distribuição de propina. O dinheiro teria sido encontrado pela PF durante a Operação Caixa de Pandora, que desmontou um esquema de corrupção envolvendo o governador, deputados distritais e empresários que prestam serviços ao governo do Distrito Federal.
“Não posso fazer juízo de valor sobre a natureza das provas porque o inquérito ainda está em andamento”, justificou o ministro.
Segundo Tarso Genro, as ações de combate à corrupção da Polícia Federal serão fortalecidas. “A corrupção esteve muito tempo debaixo do tapete. Quanto mais combatida, mais ela aparece”, afirmou.
A análise do material apreendido na Operação Caixa de Pandora foi enviada pela Polícia Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o inquérito tramita em segredo de Justiça.
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, defendeu o uso de escutas telefônicas nas investigações de denúncias de corrupção. Segundo ele, não se pode banalizar o recurso às interceptações telefônicas, mas a robustez das provas produzidas pela polícia ajudará na condenação dos criminosos. “É muito difícil por a mão em dinheiro de corrupção”, afirmou.
Corrêa evitou críticas à decisão do Superior Tribunal de Justiça, que negou os pedidos de quebra dos sigilos bancários e fiscal dos envolvidos. “Até porque muito dinheiro que circulou não foi contabilizado”, ponderou.
Lísia Gusmão/ABr