Brasília – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu hoje (7) a possibilidade de crescimento zero da economia brasileira em 2009.
“Vamos ter um crescimento mínimo, zero talvez”, disse, ao participar da cerimônia do 2º Prêmio Secretaria de Orçamento Federal de Monografia.
Ao final do evento, em conversa com jornalistas, Paulo Bernardo esclareceu que o governo ainda projeta um crescimento de 1% e que a especulação de crescimento zero reflete apenas “perspectivas mais pessimistas” do mercado.
“Fiz apenas uma reflexão sobre o que pode acontecer com as nossas despesas vinculadas ao PIB [Produto Interno Bruto] lá na frente, até porque é quase certo que haverá uma gritaria por conta disso. A gente considera [o crescimento zero] como uma possibilidade, uma hipótese, mas acreditamos fortemente que vamos crescer 1%”, afirmou.
Sobre a possibilidade de o governo reduzir a contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ele lembrou que a alternativa é parte da proposta de reforma tributária que tramita no Congresso Nacional. Segundo ele, caso aprovada a redução será feita de forma gradativa.
“O ministro [da Fazenda] Guido Mantega está analisando a possibilidade de nos anteciparmos nessa lacuna, já que o Congresso não aprovou a reforma tributária, mas não há decisão nenhuma sobre isso. Alguém provavelmente perguntou para o ministro e ele manifestou a possibilidade de que isso acontecesse”, disse.
Para Paulo Bernardo, a aprovação da reforma tributária seria “um grande passo” já que, além de diminuir a contribuição previdenciária patronal, a proposta iria extinguir o salário-educação, que projeta mais 2,5% sobre a folha de salário. “Você dá uma sinalização forte de que vai desonerar a folha”.
Ele lembrou que sempre que há redução de despesa, é necessária a “contrapartida” da redução de despesas. Segundo ele, porém, é possível que uma redução na cobrança de impostos não resulte em diminuição de receita. “Não é absolutamente certo que vamos perder receita, temos que avaliar todas as condições. Em relação à proposta de fazer uma redução gradativa, sou favorável”.
“Salário mínimo vai aumentar em janeiro o equivalente à inflação deste ano, em torno de 4% ou 4,2% mais o PIB do ano passado de 5,1%, vai dar uma coisa perto de 9,5% de reajuste”.
De acordo com Paulo Bernardo, o cronograma de liberação de emendas parlamentares para 2009 ainda não está definido mas uma reunião com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, está marcada para essa semana.
“Dia 20 vai ter um relatório para o Congresso mas o que vai estar no relatório eu não sei ainda, não definimos isso. Não são ajustes grandes que vamos ter que fazer mas o que tiver que fazer, vamos fazer”.
Fonte: Paula Laboissière/ABr