O professor João Roberto Martins Filho, do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, vai integrar a Comissão de Altos Estudos do Centro Memórias Reveladas
Em julho, o exército brasileiro fará uma nova busca pelos corpos de guerrilheiros do Araguaia devido a dados do acervo pessoal do militar Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió. Esse é um exemplo recente de como os documentos referentes à Ditadura Militar podem ajudar em questões ainda não esclarecidas sobre esse período. Com esse objetivo, foi criado o Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985), denominado “Memórias Reveladas”.
Para assessorar o diretor do Arquivo Nacional a estabelecer políticas que ajudem a coordenar a documentação existente sobre o governo militar, foi criada a Comissão de Altos Estudos do Centro Memórias Reveladas. Segundo o professor João Roberto Martins Filho, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e atual integrante da comissão, o projeto pode até ajudar na apuração dos casos de desaparecimentos ocorridos durante a Ditadura.
O Memórias Reveladas coloca à disposição de todos os brasileiros os arquivos sobre o período entre as décadas de 1960 e 1980. O objetivo do projeto é integrar todos os acervos do País que têm material do período da Ditadura Militar, disponibilizando desde grandes acervos, como do Arquivo Nacional, até os menores, como o Arquivo Ana Lagoa da UFSCar.
Os acervos, depois de digitalizados, passam a integrar a rede nacional de informações do Portal “Memórias Reveladas”, sob administração do Arquivo Nacional do Rio de janeiro. Segundo João Roberto, o Memórias Reveladas, além de criar um banco de dados comum, também apoiará os arquivos na compra de equipamentos, como material de informática e estantes deslizantes e viabilizará a disponibilização na Internet de todo o material conhecido do período militar brasileiro.
“Além de unir diversos arquivos do País, o Memórias Reveladas quer encontrar pessoas que esconderam documentação por medo ou outros motivos e se dispõem agora a passar essa documentação para os arquivos que compõem o projeto”, explica o professor, que conclui afirmando que é provável que exista muita documentação que não foi divulgada. Mais informações sobre o projeto estão disponíveis em www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br.