Medidas para bens de capital são necessárias para incentivar investimento

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, classificou de "importantes e absolutamente necessárias" as medidas de barateamento do financiamento para a compra de máquinas e equipamentos, anunciadas nesta segunda-feira (29/06) pelo governo, em Brasília. "O investimento caiu muito no Brasil depois do início da crise. Essas medidas de estímulo ao investimento são muito necessárias para recuperar um pouco a taxa de investimento da economia", afirmou Monteiro Neto.

Na opinião de Monteiro Neto, o investimento produtivo poderá sentir os reflexos dos incentivos anunciados hoje ainda em 2009. "Acho que é possível, sim, já no segundo semestre termos uma pequena recuperação do investimento", disse. Ele lembrou que, até o ano passado, a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede o investimento produtivo no país, crescia a um ritmo de 20% ao ano e que, no primeiro trimestre deste ano, esse indicador caiu 12,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. "É fundamental reverter essa queda porque o investimento de hoje é a produção e o emprego de amanhã", afirmou.

Entre as medidas anunciadas hoje, estão a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que baliza os financiamentos de bens de capital, de 6,25% ao ano para 6% ao ano, e a redução do custo do empréstimo do Tesouro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de TJLP + 2,5% para apenas a TJLP. Além disso, a taxa de juros para o tomador final do BNDES cairá, com a equalização de até 5,5 pontos percentuais pela União.

O presidente da CNI destacou, no entanto, que uma das medidas esperadas pelos empresários não foi contemplada pelo governo. "Aquela que permite compensar o PIS/Cofins pago na aquisição desses bens num prazo mais curto não saiu. Hoje a compensação é em 12 meses e esperava-se que ficasse em seis meses ou até de maneira imediata. Isso sem dúvida nenhuma frustra a expectativa da CNI e do setor de máquinas e equipamentos", destacou Monteiro Neto.

Negociação
Monteiro Neto ressaltou que as medidas, não só as anunciadas hoje mas as colocadas em prática desde o início da crise, resultam da negociação entre o empresariado e o governo. "O setor produtivo vem dialogando com o governo em caráter permanente. Várias medidas de melhoria de oferta de crédito, como a dos compulsórios, e agora essas oferecidas ao setor de bens de capital, são frutos desse diálogo", assinalou.

Em relação à prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, caminhões, materiais de construção e eletrodomésticos da linha branca (geladeira, freezer, fogão, máquina de lavar, etc), o presidente da CNI disse que foi feito o necessário. "Foi muito importante estender essas medidas, que produziram resultados importantes, como a manutenção em nível adequado das vendas do setor automotivo, mantendo o emprego nos setores beneficiados", declarou.

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