Paris – O governo francês convocou os principais representantes da indústria da carne para uma reunião, a fim de exigir explicações sobre o escândalo em torno das refeições que deviam ser de carne de vaca, mas que continham, na verdade, carne de cavalo.
Seis redes de supermercados do país pararam a venda de semifabricados suspeitos. Um número de fornecedores seguiu o exemplo da empresa Sparghero que pretende processar os pecuaristas romenos.
O presidente romeno, Traian Basescu, por sua vez, confirmou a realização de verificações em matadouros que tinham violado suas obrigações contratuais.
O phenylbutazone, medicamento perigoso para a saúde humana, empregado no tratamento de cavalos, foi encontrado na carne de cavalo exportada da Grã-Bretanha para a França, informou David Heath, ministro britânico da Agricultura e Alimentação.
Segundo o ministro, a Agência de Padrões Alimentares da Grã-Bretanha, após testes efetuados a 206 peças de carne de cavalo fornecidas pela Grã-Bretanha à França, encontrou phenylbutazone em 8 delas. Seis das oito peças contaminadas chegaram à França e, segundo parece, já “entraram na cadeia alimentar”.
O ministro britânico do Meio Ambiente Owen Paterson encontrou com os representantes da Agência de Normas Alimentares e com os fornecedores para discutir a situação no mercado de produtos de carne.
Conforme relata a BBC, recentemente no setor surgiu mais um escândalo – a empresa Findus fabricava sua lasanha de “carne de boi” usando quase 100% de carne de cavalo.
O primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron descreveu os acontecimentos como “chocantes” e “completamente inaceitáveis”.
A Áustria também anunciou que anunciou hoje que detetou carne de cavalo em produtos da alemã Gusto cujo rótulo informava serem de vitela, de acordo com a agência de saúde e segurança alimentar (AGES) citada pela Efe.
Este organismo adiantou que o controle alimentar, reforçado nos últimos dias, encontrou uma parte não declarada de carne de equídeo em alimentos preparados.
O produto em questão chama-se “Tortelloni Rindfleisch”, do fabricante alemão Gusto, que pode ser adquirido na cadeia de supermercados Lidl.
O ministério da Saúde austríaco pediu às autoridades de todas as regiões do país que adotem medidas especiais de controle dos produtos que estão à venda ao detalhe, como as lasanhas, os hambúrgueres ou preparados com carne de vitela.
As autoridades romenas saíram em defesa da indústria de carnes do país e negaram as acusações de esta ter exportado carne cavalo em vez de bovino para países europeus.
O primeiro-ministro da Romênia Victor Ponta declarou que não vê quaisquer fundamentos para as acusações.
Na sexta-feira passada, a Agência de Normas Alimentares (FSA) britânica tinha informado que a lasanha “de boi” da marca Findus se descobriu ser composta por 100% de carne de cavalo. Mais tarde, produtos contento carne de cavalo foram detetados em lojas da Irlanda, da França e da Suécia.
Foto: EPA
–Diário Digital/Lusa
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