Verão amazônico contribui para impedir proliferação do vírus da gripe A

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Manaus – Ao contrário do que ocorre no resto do país, a proliferação de casos de influenza A (H1N1) – gripe suína no Brasil, a região Norte pode ter na atual estação climática um aliado importante.

Isso porque, enquanto nos estados do Sul e do Sudeste a estação predominante entre junho e agosto é o inverno, no Norte é verão. As épocas mais quentes, comprovadamente em qualquer estado brasileiro, coincidem com menos casos de gripes.

É o que explica o médico infectologista e membro do Comitê Estadual de Prevenção e Controle da Influenza A no Amazonas, Marcelo Cordeiro. Segundo o especialista, o inverno nas outras regiões brasileiras favorece o aumento de casos da doença, em função da maior probabilidade de proliferação de vírus nessa época do ano.

“Qualquer tipo de gripe tem no inverno maiores chances de transmissão. No caso da região Norte, ao contrário, por estarmos no verão, ficamos numa situação privilegiada em comparação aos estados que estão no inverno neste momento”, explicou.

Apesar dessa constatação, o médico infectologista revela sua preocupação com o atual período de férias escolares – que é igual para todas as regiões brasileiras -, e que leva muitas famílias a fazer viagens. Por isso, alerta, alguns grupos estão mais vulneráveis à contaminação e a Amazônia, de modo geral, pode vir a ter mais casos de gripe.

O médico recomenda que se evitem viagens para áreas de risco, sobretudo no caso de gestantes, pessoas com mais de 65 anos e crianças menores de 10 anos. Também são grupo de risco os portadores de doenças como diabetes e pressão alta e as que têm sistema imunológico debilitado.

“O que preocupa mais neste momento de férias são as viagens feitas a estados e países mais atingidos. Nossa recomendação é que as pessoas evitem essas viagens sempre que possível e, portanto, o contato com indivíduos que vivem em locais com mais casos confirmados”, destacou o ifectologista, em entrevista a Agência Brasil.

Cordeiro disse que, em Manaus, a Fundação de Medicina Tropical está preparada para atender os casos mais graves da doença. Casos mais simples devem ser acompanhadas pelas unidades básicas de saúde. Ele confirmou que nenhum caso secundário de influenza A (H1N1) foi gerado na cidade a partir dos quatro registros da doença no Amazonas.

O médico reforçou que todos os casos de influenza A (H1N1) em território amazonense são de pessoas que estiveram em outros estados mais afetados pela doença. No caso do Pará, que tem o maior números de casos confirmados da doença na região Norte, todos os registros positivos para a doença referem-se a pacientes que estiveram recentemente nos Estados Unidos, Argentina, Chile, Bolívia ou em estados brasileiros como Santa Catarina, São Paulo e Rio de janeiro e Espírito Santo.

Todos os estados da região Norte já têm caso confirmados de influenza A (H1N1). Até ontem (29), o Ministério da Saúde registrava 65 casos confirmados da doença nessa região, sendo 46 deles no Pará; 11 no Tocantins; quatro no Amazonas; dois em Roraima; um no Acre e um no Amapá.

“O momento atual é de tranquilidade no Amazonas. Até chegar nosso inverno, ou seja, até o fim deste ano, a torcida é para que tenhamos a vacina”.

Amanda Mota/ABr

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