São Bento do Sul – Nesta quarta-feira, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Campanhas para a conscientização da necessidade de prevenção são intensificadas visando a compreensão sobre a síndrome e o reforço a tolerância e a compaixão às pessoas infectadas. Em São Bento do Sul todas as unidades de saúde disponibilizarão materiais explicativos, além de expor painéis com o perfil epidemiológico do avanço da Aids no município.
O médico sanitarista Rodinei José Garcia, coordenador do programa DST/Aids revela que o cadastro dos pacientes em São Bento do Sul chega ao montante de 274 pessoas, sendo desses 150 homens e 124 mulheres. “Os dados são desde 1987 quando foi registrado o primeiro caso na cidade, e ao longo dos anos essa informação foi sendo acompanhada. O maior número de pacientes com o vírus foi registrado em 2003, 27 novos casos, desde então nos últimos cinco anos a média se manteve em 16 casos por ano, sendo que em 2010 foram oito pessoas cadastradas”, analisa o doutor.
Entre os solteiros a incidência é maior, são 103 casos. “Outro dado importante está na idade dos pacientes, são 115 pessoas contaminadas com idade entre 16 a 30 anos e outros 104 na faixa etária de 31a 45 anos”, aponta Rodinei. Dos 274 casos registrados 67 foram a óbito, 89 estão em tratamento, 33 são portadores sadios, 61 foram transferidos e 24 abandonaram o tratamento.
“É importante sempre lembrar as pessoas que o uso do preservativo é necessário para a prevenção da Aids”, alerta o médico. Durante todo o ano a Prefeitura, através do Centro de Epidemiologia realiza ações com foco na prevenção. “Para a campanha deste ano fizemos parcerias com escolas e empresas com o envio de material e informações para o repasse entre os alunos e funcionários. Também intensificamos a divulgação através de faixas e busdoor, além do auxílio do comércio que colocará cartazes nas vitrines”.
Também nesta quarta-feira inicia uma corrente via email com perguntas e respostas mais frequentes feitas por estudantes em palestras sobre o tema. “O objetivo é atingir o maior número de pessoas possível, por este motivo que pedimos que ao receber o email ele seja repassado para a sua rede de contatos”, completa Garcia. O arquivo também estará disponível para download no site www.saobentodosul.sc.gov.br.
Testes gratuitos
Profissionais da saúde farão a coleta de material para a realização do teste de HIV/Aids durante toda a quarta-feira (01) no Centro de Vigilância à Saúde (CVS), prédio localizado próximo do Super Center Germânia, no horário das 8h às 12h e das 13h às 16h. O exame é gratuito.
Aids
O HIV, vírus da Aids, pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno. Sabendo disso, você pode conviver com uma pessoa portadora do HIV. Pode beijar, abraçar, dar carinho e compartilhar do mesmo espaço físico sem ter medo de pegar o vírus.
Quanto mais respeito e carinho você der a quem vive com HIV/Aids, melhor será a resposta ao tratamento, porque o convívio social é muito importante para o aumento da auto-estima das pessoas e, conseqüentemente, faz com que elas cuidem melhor da saúde.
Assim pega
· Sexo na vagina sem camisinha
· Sexo oral sem camisinha
· Sexo anal sem camisinha
· Uso de seringa por mais de uma pessoa
· Transfusão de sangue contaminado
· Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação
· Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados
Assim não pega
· Sexo desde que se use corretamente a – Camisinha (linkar com a Dica Camisinha Funciona)
· Masturbação a dois
· Beijo no rosto ou na boca
· Suor e lágrima
· Picada de inseto
· Aperto de mão ou abraço
· Sabonete/toalha/lençóis
· Talheres/copos
· Assento de ônibus
· Piscina
· Banheiro
· Doação de sangue
· Pelo ar
Dúvidas freqüentes:
A prática da masturbação com parceiro eventual implica risco de contágio pelo HIV?
Não havendo troca de sangue, sêmen ou secreção, a prática da masturbação a dois não implica qualquer risco de infecção pelo HIV.
Qual o risco de contágio com objetos cortantes como aparelhos de barbear, brincos, alicates e piercings?
Atualmente, a maioria dos aparelhos pérfuro-cortantes fabricados, como seringas, máquinas de tatuar, aparelhos para colocar brincos ou piercings, são feitos com materiais descartáveis, que não podem ser usados mais de uma vez. Em caso de dúvida, sugerimos perguntar no local sobre os materiais utilizados. O risco de contaminação no contato do sangue com a pele e mucosa oral é menor do que a exposição percutânea (injeção), porque há maior quantidade de células-alvo suscetíveis à infecção pelo HIV na corrente sanguínea. Além disso, na pele e na mucosa oral existem barreiras imunológicas e não-imunológicas que conferem um determinado grau de proteção, uma vez que estes lugares estão em permanente contato com o meio externo e com microorganismos.
Mesmo com a ausência de ejaculação durante o ato sexual é possível ser infectado pelo HIV?
Apesar de o vírus da Aids estar mais presente no esperma, essa não é a única forma do vírus ser transmitido em uma relação sexual. Há, também, a possibilidade de infecção pela secreção expelida antes da ejaculação ou pela secreção da vagina, por exemplo. Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV, nesses casos, são: imunodeficiência avançada, relação anal receptiva, relação sexual durante a menstruação e presença de outras doenças sexualmente transmissíveis como cancro mole, sífilis e herpes genital.
O beijo, no caso de um dos parceiros ter feridas ou fissuras na boca, é uma via de contágio?
Segundo estudos, não há evidências de transmissão do HIV pelo beijo. Para que houvesse possibilidade de transmissão, seria necessário que houvesse uma lesão grave de gengiva e sangramento na boca. O HIV pode ser encontrado na saliva, porém as substâncias encontradas nela são capazes de neutralizá-lo. Práticas como beijar na boca, fumar o mesmo cigarro, tomar água no mesmo copo, não oferecem riscos.
A prática do sexo oral sem proteção implica risco de infecção pelo HIV?
Se comparado a outras formas de contágio (sexo vaginal, sexo anal), o risco relacionado ao sexo oral é baixo. Contudo, oferece riscos maiores para quem pratica (ou seja, o parceiro passivo), dependendo fundamentalmente da carga viral (quantidade do vírus no sangue) do indivíduo infectado e se há presença de ferimentos na boca de quem pratica (gengivites, aftas, machucados causados pela escova de dente). Caso não haja nenhum ferimento na boca, o risco de contágio é menor. Isto se explica, talvez, pela defesa das enzimas do trato digestivo.
ai/UNO