Em visita a empresários brasileiros, na Fiesp, Zafer Çaglayan pediu mais empenho dos governos em fechar um acordo de livre comércio com o Mercosul; e prevê um aumento na corrente de comércio com Brasil para US$ 5 bilhões em três anos
O ministro de Comércio Exterior e Comércio Internacional da Turquia, Zafer Çaglayan, passou hoje um recado para o governo brasileiro, durante encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, o comércio entre os dois países, de pouco mais de US$ 1 bilhão, "é vergonhoso".
Disse ainda, em tom de brincadeira, que se o comércio entre a Turquia e o Chile aumentar mais do que com o Brasil, não será culpa dele. Tudo porque na última quinta-feira (16) os dois países bateram o martelo em um acordo de livre comércio.
O chanceler turco pediu maior agilidade no processo negociador entre seu país e o Mercosul, que vem sendo ensaiado desde julho do ano passado, mas ainda sem avanços significativos.
De acordo com o ministro, Turquia e Brasil poderiam aumentar suas trocas comerciais para expressivos US$ 5 bilhões, em três anos. "Precisamos fechar um acordo de livre comércio em até três anos, além de realizar acordos sobre investimentos mútuos", explicou o chanceler.
Para o presidente do Conselho de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp, Rubens Barbosa, a visita do presidente Lula à Turquia, em maio, marca uma posição favorável do governo brasileiro em concluir o acordo. "A visita de Lula abriu excelentes oportunidades econômicas entre os dois países", disse Barbosa.
Crise
Com expressiva perda do mercado europeu e parte da Ásia, provocada pela crise econômica global, a Turquia passou a mirar para terceiros mercados, em especial à América Latina, tendo o Brasil e Chile, segundo ele, como parceiros estratégicos. "Ao contrário dos demais países europeus, a Turquia não ficará na defensiva e olhará para outros mercados", disse Zafer Çaglayan.
Fonte: Assessoría de Imprensa