São Joaquim – Está nascendo na Planalto Serrano, uma nova alternativa frutícola, a pera rocha. O empresário português Nazário Santos, também produtor de vinhos finos de altitude é o responsável pela implementação do projeto, com a colaboração da Epagri, Prefeitura de São Joaquim e a Secretaria de Estado Regional. A pera rocha (pera portuguesa), tem rentabilidade bem maior que outras culturas, como por exemplo a maçã.
Na verdade, ela pode ser uma alternativa complementar ao cultivo da maçã, pois esta fruta já é produzida em larga escala nacional.
A pêra rocha é consumida em pelos menos 20 países, entre eles Inglaterra e Brasil, onde existe um volume maior de venda e melhor preço para a variedade.
“Com um déficit de 95%, entre a produção nacional e o consumo, o Brasil importa 175 mil toneladas de peras por ano, envolvendo uma saída de divisas na ordem dos 200 milhões de dólares”, afirma Nazário Santos.
De acordo com levantamento econômico, é fácil entender a facilidade de escoamento da pera rocha, pois a produção portuguesa, maior produtora do mundo, não acompanha a demanda internacional e a colheita no hemisfério norte acontece em agosto, enquanto que no Brasil se colhe em fevereiro.
Em termos comparativos de preço, por exemplo, a maçã é comercializada no Ceasa a R$ 35.00, uma caixa de 18 kg e a pera a R$ 53.00 a caixa de 10 kg.
A origem da pera rocha
A Pirus Comunis, denominada Rocha, é originária de Portugal. Nasceu espontaneamente de uma semente, oriunda de em uma variedade similar em 1840, no quintal do Sr. Pedro Rocha, no município de Sintra, na região da grande Lisboa, de quem herdou seu nome.
No Brasil foi o empresário Nazário Santos que em 2000, efetuou o plantio das primeiras 30 mil mudas, importadas de Portugal, fazendo o registro nacional da variedade.
Esse primeiro projeto com fins comerciais aconteceu no distrito do Cadete em São Joaquim, na fazenda Monte Branco.
Hoje podemos observar algumas iniciativas do plantio da variedade em outros municípios do Estado e também em Vacaria no RS.
A maior dificuldade encontrada pelos produtores foi e ainda é saber qual o porta enxerto mais adequado e forma de enxertia, que respondam às características da região e da planta.
“A introdução da pera rocha, de forma progressiva, complementando a produção de maçã de alguns produtores e reconverter pomares decadentes de outros, será uma ótima alternativa de renda para os agricultores da Planalto Serrano. O clima e a terra já demonstraram que são apropiados para o cultivo. O que precisamos agora é difundir as técnicas e incentivar o plantio”, afirma Nazário.
Mônica Corrêa
TextoCom/UNOPress