Timbé do Sul – Para quem ainda não acredita na sabedoria popular de que se “plantando, tudo dá”, um avicultor timbeense está mostrando que é possível. A ideia de criar uma videira em um pequeno espaço da propriedade às margens do Rio Rocinha foi um passatempo, mas está virando coisa séria.
O ex-empresário timbeense, Ivan Bortoluzzi, de 42 anos, que morou por muitos anos em São Paulo, e que hoje produz 70 mil frangos por lote diz que “precisava fazer alguma experiência e gerar prazer de estar de volta”, fala ele sobre as terras que herdou do pai, ao sopé da Serra da Rocinha (BR-285).
Com um investimento de R$ 15 mil, que, segundo ele, já se pagou, há quatro anos, em um hectare de terra, foi possível criar uma videira com 1,4 mil pés. “Planejei e plantei sozinho sem assistência de ninguém. Visitei uma videira em Caxias do Sul e criei coragem”. A escolha foi pela espécie da uva Niágara rosada, muito apreciada na região sul do Brasil para consumo.
Desde o começo, o cultivo foi feito com o mínimo de agrotóxicos para se conseguir uma uva colonial. Considerado baixo em comparativo com outras culturas, o custo de produção esteve até agora em torno de 15% da safra.
Com a maior colheita até agora, de seis toneladas, Ivan está entregando a produção a R$ 1,00 por quilo para um vendedor, que passa de casa em casa na região e vende por R$ 3,00/Kg, preço este ainda mais barato que nos supermercados.
De acordo com o técnico agropecuário da Secretaria Municipal de Agricultura, Giovani Dassi, a parreira já está bem formada, dando frutos viçosos, já na quantidade média de 10 quilos da fruta a cada pé.
Embora a videira seja uma alternativa para sua principal atividade, Ivan tomou tnato prazer em cultivar as uvas que até para colocá-las nas caixas ele tem carinho. Acomoda os cachos delicadamente, depois de forrar o fundo da caixa com as folhas da própria fruta. “É mesmo um trabalho artesanal”, comenta ele.
E para quem pensa que os experimentos do avicultor acabam por aí está enganado. Além das frutas, Ivan está cultivando hortaliças foleosas, tempero verde, feijão de vargem, beterraba, pepino e abobrinha para mercado. “Tenho incentivado cada agricultor com quem converso. Se todos tiverem plantio de hortaliças e frutas nós vamos nos fortalecer no campo”, ressalta ele.
Agora no mês de março, quando acabar a colheita da uva, Ivan começará a colher caqui das espécies fuiú e chocolate. Com o plantio de 400 árvores, há quatro anos, ele espera em 2011 colher 5 mil quilos da fruta. “Acho interessante que se incentive na região a fruticultura, para termos ainda mais facilidade de venda”, finaliza.