Barra Velha – A Prefeitura de Barra Velha retomou nesta quinta-feira, 23 de setembro, a segunda etapa da obra de fixação e desassoreamento do canal da barra do Rio Itapocu, executada em parceria com o Governo Federal. O reinício foi possibilitado graças à reconstrução da pista da rua Armando Petrelli, na Praia da Península, único acesso rodoviário para a foz do Itapocu, onde acontece a obra.
A rua Armando Petrelli estava praticamente intransitável desde maio deste ano, após sofrer com pelo menos três ressacas da maré, que destruíram a estrada e ligaram lagoa e mar. Graças a um serviço conjunto entre Prefeitura e Defesa Civil, na semana passa, a rua foi reconstruída e reforçada, e nesta quinta-feira os caminhões da empresa Ballt Terraplenagem, responsável pela obra emergencial, retomaram o serviço de carregamento de pedras que constituirão o segundo molhe destinado a fixar a desembocadura do Itapocu.
A primeira etapa do projeto foi a construção do molhe nordeste, do lado de Araquari, já concluído, com 249 metros de extensão, segundo informa o presidente da Fundação do Meio Ambiente de Barra Velha (Fundema), engenheiro Marcelo Metelski. O projeto total prevê a colocação de 44 mil m³ de pedras nos dois molhes. O segundo receberá em torno de 22 mil m³ do minério.
A dragagem do Itapocu, construção e abertura do canal da desembocadura no ponto original foi orçada pela Ballt em R$ 2 milhões e 300 mil, valor previsto tanto para a extração e transporte de pedras para a formação dos molhes como a construção dos chamados “enroncamentos”. Na manhã de quarta-feira, houve o estaqueamento da região onde está projetado o molhe, com a presença do prefeito Samir Mattar (PMDB) e secretários como Lourival Matias Francisco (de Obras) e Eurides dos Santos (Planejamento) e Douglas da Costa (Turismo).
A princípio, a obra está projetada em três etapas: construção do molhe nordeste, com 244 metros, dragagem do canal e implantação do molhe sul, com 314 metros de cumprimento. O canal, segundo projeto original, terá 485 metros de extensão, com quatro metros de profundidade e 190 metros de largura.
Transbordamentos isolam comunidades
A desembocadura do rio Itapocu atualmente, devido à ação dos ventos, está dois quilômetros para cima do ponto original, o que ocasiona os transbordamentos da lagoa e alagamentos diversos tanto em Barra Velha quanto em Araquari, como o que ocorreu dia 27 de abril e forçou uma ação emergencial de abertura da boca da barra, autorizada pela Fundação do Meio Ambiente do Estado (Fatma).
Na ocasião, toda a região da Quinta dos Açorianos, em Barra Velha, e da Barra do Itapocu e Morro Grande, em Araquari. “Até mesmo o serviço do Fórum da Comarca foi impedido porque a lagoa invadiu a rua de acesso ao fórum. Essa situação não pode mais continuar assim”, frisa Mattar.
ai/UNO