Os casos ainda são raros, mas o prognóstico é pior por conta da falta de informação. Nas primeiras visitas ao ginecologista elas já aprendem a importância de fazer o auto-exame e da detecção precoce do câncer de mama. Os homens não passam pelos mesmos ensinamentos, porém, a doença tipicamente feminina acomete-os, principalmente após os 60 anos – dez anos mais tarde que a maioria dos casos femininos. De acordo com estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada 100 novos casos do tumor encontrado em mulheres, um homem é diagnosticado. Em 2006, 115 faleceram em decorrência da doença.
A incidência no universo masculino ainda é pequena se comparada ao número de casos entre as mulheres, mas não deve ser menosprezada, até porque entre os homens o diagnóstico tende a aparecer em estágio muito avançado em função do desconhecimento sobre a doença. “Isso compromete o tratamento e causa um índice de mortalidade maior que entre as mulheres”, ressalta o oncologista João Nunes, do Centro de Câncer de Brasília.
Para os homens o mantra é o mesmo que o proferido para elas: a melhor forma de combater a doença é a detecção em estágio inicial. Apesar do tumor não se desenvolver muito rápido, o fato do homem possuir menos tecido mamário aumenta a probabilidade do tumor ligar-se à parede do tórax, o que confere um pior prognóstico. “É importante criar entre os homens a cultura do auto-exame. Na maioria dos casos, o próprio paciente percebe o nódulo”, esclarece Dr. Nunes. “Com um dos braços levantado e cruzado atrás das costas, a região da mama deve ser apalpada, sem esquecer de investigar a axila. Caso algum nódulo seja identificado é preciso procurar imediatamente um médico”, ensina.
O oncologista esclarece ainda que também para homens o histórico familiar de câncer de mama em ambos os sexos amplia os riscos de manifestação da doença. Alterações genéticas e hormonais – excesso de estrógenos diminuição de andrógenos – são importantes indicadores e requerem atenção.
ai/UNO