Em jovens com predisposição genética e estilo de vida inadequado a doença se dá mais precocemente e com características de maior resistência ao tratamento.
O número de jovens vítimas da hipertensão vem crescendo nas últimas décadas. O aumento reflete a adoção de hábitos de vida nem sempre saudáveis já que, nessa faixa etária, a doença geralmente está associada à alimentação incorreta e ao sedentarismo. É muito importante controlar os fatores de riscos e evitar o consumo em excesso de alimentos industrializados como os embutidos e enlatados.
Os jovens que consomem muitos produtos industrializados (com alto teor de sal) e alguns tipos de fast food, apresentam maior risco de desenvolver hipertensão arterial, pois trocam os alimentos naturais por outros ricos em sal e gorduras. E quando se alimentam adequadamente abusam dos saleiros disponíveis nas mesas, o que favorece o aumento da pressão arterial.
A hipertensão é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares que são, hoje, a principal causa de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Tratar a hipertensão pode reduzir em 40% a chance de ocorrência de derrame e em 20% a chance de infarto do miocárdio. Por isso, é importante educar as crianças e os jovens sobre as conseqüências futuras da doença e estimular o diagnóstico precoce e tratamento adequado.
“Atualmente, o sal é consumido numa quantidade muito acima daquela recomendada pelos médicos (4 a 6g por dia, distribuída por todas as refeições). Ao contrário disso, consome-se em média cerca de 12 a 15 gramas por dia, chegando a uma quantidade superior em alguns estados nordestinos. Por isso, a pressão alta atinge em torno de 25% a 30% da população adulta, podendo chegar a mais de 50% na população mais idosa”, explica o cardiologista e especialista em hipertensão arterial do Hospital do Coração, Celso Amodeo.
De acordo com o Dr. Amodeo, a hipertensão arterial é a doença crônica de maior prevalência no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), 30% da população adulta brasileira pode ser considerada hipertensa. Desse total, 5% são crianças e adolescentes. Embora não existam dados disponíveis sobre a incidência, somente entre jovens o índice nessa faixa etária também cresce, conforme atestam especialistas.
Em indivíduos com predisposição genética e estilo de vida inadequado (sedentarismo, dieta hipersódica, hipercalórica e hipergordurosa) a doença se dá mais precocemente e com características de maior resistência ao tratamento. Havendo um acompanhamento médico e uma dieta adequada pode-se prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença.
Recomendações: segundo Dr. Amodeo é importante evitar os alimentos enlatados (ervilhas, milho, atum, sardinha, massa de tomate, etc), embutidos (salame, salsicha, presunto entre outros), envidrados (palmito, azeitona e molhos em geral), queijos e pães. Todos estes alimentos contêm sódio (composição do sal de cozinha) e a elevada ingestão deles faz o organismo reter mais líquidos, podendo levar ao aumento da pressão sangüínea e causar a hipertensão – responsável por infarto e acidente vascular cerebral -, além de afetar os rins.
Recomenda-se a utilização do sal somente no preparo dos alimentos, mas com moderação. A medida diária de sal fica em torno de 4 a 6 gramas por dia. No tratamento não medicamentoso, as medidas comprovadamente eficazes no controle da hipertensão são: atividade física, dieta com pouco sal, dietas ricas em potássio, eliminação de álcool e tabaco e perda de peso.