Nova Veneza – Com o tema “Vida, Sexualidade e Amor”, a advogada gaúcha, Beatriz Pacheco falou sobre prevenção, preconceito e avanço da doença para profissionais da área de saúde, integrantes dos grupos de Terceira Idade e clubes de mães e comunidade em geral. O evento alusivo ao Dia Mundial de Luta contra AIDS aconteceu, nesta terça-feira (22), no Centro de Eventos Petrus, em Nova Veneza. A promoção é da Secretaria Municipal de Saúde.
A especialista em Direitos Humanos começou falando sobre a sexualidade e o porquê da dificuldade de prevenção da doença. “Com o ritmo de vida acelerado as pessoas não param para se prevenir e não veem que são muito vulneráveis. No Brasil morrem 30 pessoas por dia com a doença” exemplificou a palestrante que ainda alertou sobre as estatísticas que no Sul do Brasil existem os maiores índices de AIDS, da doença em mulheres casadas e com parceiros fixos e também o maior número de mortes.
Ela acrescenta que é comprovado o aumento de casos de pessoas infectadas na Terceira Idade. “As pessoas querem amar, mas precisam ser prevenir e para isso não tem idade. Está na hora de abrirmos os olhos. A realidade que o HIV é uma doença democrática, as formas de infecção do HIV são as mesmas da Hepatite B. A doença não é sinônimo de morte física, mas moral. As pessoas infectadas fizeram o mesmo que as pessoas comuns, não acreditaram que poderiam pegar o vírus.”
Preconceito
Já a respeito ao preconceito relata a advogada que o paciente portador do vírus HIV é considerado cidadão de segunda linha. “A prostituta é a única profissão que existe o menor de pessoas infectadas. A ideia que se tem ainda é a cena do Cazuza. Não podemos fazer a prevenção excluindo o infectado.”
Em um país culturalmente desenvolvido não podemos mais concordar com a discriminação das pessoas. “As pessoas podem viver anos sem saber que tem o vírus, antigamente os pacientes eram desenganados. Nos tempos atuais convivem naturalmente com a doença por mais de 20 anos” , destacou a palestrante que fez um questionamento com a plateia sobre o relacionamento com pacientes com o vírus e aproveitou para contar seu exemplo de vida e a forma de contaminação há dez anos atrás devido uma transfusão de sangue do seu marido.
Currículo
Beatriz Pacheco é advogada, especialista em Direitos Humanos das Pessoas Que Vivem com HIV. Ela é fundadora do Movimento Latino Americano e Caribenho de Mulheres Positivo, do Movimento de Prevenção da AIDS na Terceira Idade e do Movimento Internacional das Cidadãs Positivas no Brasil.
ai/UNO
