Criciúma – Depois de um mês com um calor intenso, a chegada de uma frente fria trouxe, na madrugada desta sexta-feira (14), um volume expressivo de chuvas para a região de Criciúma e consequentes transtornos para parte da população. O caso mais crítico é no bairro Quarta Linha, onde mais de 200 famílias tiveram as residências completamente alagadas. A Defesa Civil, junto ao Corpo de Bombeiros e o Exército estão prestando os primeiros atendimentos aos moradores que estão ilhados no local.
A Rodovia Luiz Rosso, na altura da Cerâmica Elizabeth, está interditada. Apenas os caminhões conseguiam transitar pela durante a manhã desta sexta-feira. “Nós alertamos aos motoristas para que não tentem passar pela via, que a quantidade de água pode danificar o carro, podendo até ficar sem conseguir sair do lugar”, destaca a coordenadora da Defesa Civil, Angela Mello.
Até o momento são 70 pessoas desabrigadas. Todas estão sendo encaminhadas para o Ginásio Municipal Valmir Orsi, onde receberão os devidos cuidados de assistentes sociais da Prefeitura de Criciúma. “É importante que as pessoas saiam de suas casas, caso estejam nas áreas de risco. Nossas equipes estão preparadas para transportá-las para um local seguro”, informa a coordenadora.
A secretária do Sistema Social, Solange Barp, está junto à sua equipe dando o apoio para as pessoas que chegam ao Ginásio. “Estamos providenciando roupas secas e alimentação. Enquanto a chuva não parar e as eles não poderem retornar para casa, nós vamos dar todo o suporte necessário”, explica.
Prefeito visita comunidades alagadas e monitora rios
Desde as primeiras horas da manhã, o prefeito Márcio Búrigo checou os locais onde há constantes riscos de inundações em vários bairros, principalmente os rios Criciúma e Sangão. No bairro Quarta Linha, ele verificou os estragos e parou para conversar com lideranças comunitárias. “Através dos nossos órgãos, daremos todas a assistência às famílias afetadas. Infelizmente voltamos a sofrer avarias e o mais importante é tirar as pessoas de situações de risco”, disse Búrigo.
O prefeito lamentou o fato de novamente a Quarta Linha sofrer problemas sérios. Ele destacou que os projetos relativos aos estragos provocados pelas intempéries climáticas do mês passado estão tramitando em Florianópolis e Brasília, onde o próprio Búrigo tratou do assunto esta semana. “Conversamos com o secretário adjunto da Secretaria Nacional da Defesa Civil, Alexandre Gomes. Fizemos esse encontro com o objetivo de sensibilizá-lo e fazer com que os projetos de melhorias nessas regiões afetadas possam ser viabilizados”, explicou.
Márcio visitou ainda o prédio do almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde onde o muro desmoronou. A Defesa Civil interditou o local e mais duas casas próximas, por tempo indeterminado.
Metade da chuva prevista para o mês
Conforme informações do meteorologista da Epagri/Ciram, Márcio Sônego, o acumulado de precipitação pluvial atingiu em a marca de 93mm (estação localizada no Sangão), de quinta-feira (13) até às 14h de sexta-feira (14). O estimado para a região da Quarta Linha, no mesmo período aumenta. “É uma área geograficamente eqüidistante de Içara, onde o registrado foi 107mm, e Ararangua, que choveu mais de 140mm. Esses volumes representam metade da média histórica de fevereiro na cidade”, afirma Sônego.
Texto/Fotos: Lucas Sabino e João Pedro Alves
ai/UNO