Criciúma – O câncer do colo de útero, em mulheres, é o mais freqüente no mundo, depois do câncer de mama e demora anos para se desenvolver. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 50% a 80% das mulheres que mantém relações sexuais ativas, em algum momento da vida, serão infectadas por algum tipo de HPV. Em Santa Catarina, o câncer de colo uterino representa 7% das mortes de câncer nas mulheres, enquanto o câncer de mama 14%. “Há mulheres que tem a doença há 20 anos e quando descobrem já tem o câncer”, diz a ginecologista Ana Pizzolati Cardoso, da unidade de Saúde da Mulher.
O governo do Município, por meio da secretaria de Saúde, preocupado com o atendimento nas unidades de saúde, está realizando hoje (27), no Salão Ouro Negro, na prefeitura, uma atualização com enfermeiros e técnicos de enfermagem da rede municipal. Segundo a gerente da atenção básica, Rudinéia Recco, mais de 100 profissionais estão participando do encontro. “Além de atualizar os profissionais da saúde com a coleta de exame papanicolau, o objetivo é aumentar o índice de coleta de exames nos postos de saúde”, destaca. Conforme Rudnéia, até a metade deste ano foram realizadas 8.366 coletas na rede pública.
De acordo com a ginecologista, da unidade de Saúde da Mulher, o HPV não apresenta sintomas. “A mulher pode perceber algumas lesões na parte externa da vagina. Algumas mulheres têm sangramento na relação sexual, mas para diagnosticar o vírus no colo do útero só fazendo o exame preventivo”, informa.
Conforme ela, o cigarro é um dos fatores relevantes e facilitador do HPV. “Ele contém uma substância que paralisa o sistema de defesa imunológico”, explica a médica. Segundo Ana, não há tratamento para o HPV e sim a prevenção. “Noventa e cinco por cento se curam sozinhas em até dois anos e o combate acaba sendo natural ainda quando se trata de mulheres jovens e 5% nunca serão curadas porque o câncer já vai estar instalado. Nesses casos, recomenda-se tirar o colo de útero”, afirma. A ginecologista alerta que o primeiro preventivo deve ser feito seis meses depois da primeira relação sexual.
Mas tudo isso pode ser evitado com o uso de preservativos que diminui a possibilidade de transmissão. O vírus pode ser diagnosticado por meio do exame preventivo, o Papanicolau, que é realizado em qualquer unidade de saúde da rede municipal.
AI/Redação 24 horas