Laguna – A agitação do carnaval 2011 já invadiu também os armarinhos e ateliês da cidade. Os abadás dos blocos que irão desfilar nos cinco dias de folia grande maioria já foram distribuídos e muitos foliões já se apressaram para customizar a peça, deixando-a com estilo próprio.
Brilho, paetês, lantejoulas, argolas coloridas, elastex. São inúmeras as opções para quem quer customizar o abadá e desfilar na avenida com originalidade. “Quanto mais decotado e colorido melhor. Este ano escolhi outro modelo, vou customizar seguindo a tendência”, explica a estudante Cintía Horácio, que resolveu fugir do modelo frente única, segundo ela o mais usado na avenida.
Os foliões buscam aliar praticidade e beleza ao reformar o abadá para enfrentar com conforto o percurso de 4 km do desfile dos trios. O que não faltam são opções: batas, tomara-que-caia, frente única, camiseta, top.
O preço da customização depende do modelo escolhido e do acabamento.
Quem estiver disposto a gastar um pouco mais, brinca com um modelito mais enfeitado, com lantejoula e bordado. “Temos um catálogo com modelos para facilitar a escolha para o cliente, com preços que variam de R$ 15 até R$ 30”, explica Luciane Schneiders.
Customizar mas sem perder a identificação do bloco
Os blocos estão preocupados com a identificação da marca. O folião pode enfeitar seu abadá, mas não esquecendo dos patrocinadores e da logo do bloco. Ao comprar o abadá do Bloko Rosa o folião recebe uma pulseira também. A idéia, segundo Renato Bráz, do bloco Rosa é dificultar a transformação de um abadá em dois. “O folião recebe um manual ao comprar o abadá, com instruções para o uso e customização”, conta.
No sábado de carnaval, em frente a concentração o bloco disponibiliza uma designar de moda para customizar a vestimenta para os foliões que não conseguiram enfeitar o abadá.
Negócios no carnaval
Os negócios começam a esquentar ao ritmo das marchinhas e do samba, empregando mais pessoas e aumentando o empreendedorismo no município catarinense. Associações de recicladores e catadores avulsos já foram convocadas para a limpeza das ruas. “Latinha no chão não fica, nem antes e nem durante a festa”, garante o prefeito.
No Carnaval de 2010, foram coletadas 8 milhões de latas de cerveja e refrigerante na cidade. Os catadores faturam na festa de Momo ao venderem a empresas de reciclagem de alumínio.
Mão de obra
No momento, a correria é comum em alguns setores. A produção de abadás, por exemplo, gera negócios e postos de trabalho diretos e indiretos no segmento das confecções e estamparias. Essa peça quase obrigatória para os foliões dos blocos e das escolas de samba já começa a ser utilizada nos ensaios.
“Só no Bloco da Pracinha são 150 mil pessoas”, informa Sérgio Farias Gomes, presidente do maior grupo de animados lagunenses que, no domingo de Carnaval, atravessam a cidade desde a Praça Souza Franca, no bairro de Magalhães, até a Praia do Mar Grosso. O percurso de 2,5 km é feito em sete horas. Nessa praça, será realizada a quinta edição do Concurso de Marchinhas, para o qual já estão inscritas 18 músicas, informa Sérgio.
A festa de Momo faz a alegria dos empresários de hotéis, pousadas, bares e restaurantes, entre outros estabelecimentos, que ficam cheios, faça sol ou chuva. Na Disk Impressos, microempresa que imprime estampas nos abadás, a equipe cresceu. Três novos colaboradores entraram para incrementar a produção. “Já temos encomendados 5 mil abadás”, conta Lyz Kellen, proprietária do empreendimento. Ela calcula que deverá estampar 8 mil abadás até o início da festa.