Quando você escolhe o “salmão” no supermercado ou no restaurante, tem certeza de que está comendo o peixe autêntico? A realidade é que, muitas vezes, o que chega ao seu prato é a truta salmonada, um peixe de cativeiro que passa por processos questionáveis para adquirir a cor e o sabor que o aproximam do famoso salmão selvagem. Essa prática, além de enganar o consumidor, pode representar riscos sérios à saúde.
O que é a Truta Salmonada (de Cativeiro) e o Salmão(Wild Salmon)? A truta só consegue a cor laranja graças a adiçao de corantes na ração, como Astaxantina e a Cantaxantina, produtos sintéticos derivados do petróleo e fazem mal a saúde.
Salmão Selvagem vs. Truta Salmonada de Cativeiro
O salmão selvagem, conhecido como “wild salmon”, vive livremente nos oceanos e rios da América do Norte, alimentando-se de crustáceos ricos em carotenoides, substâncias naturais que conferem à sua carne a coloração laranja vibrante. Esse peixe é uma excelente fonte de nutrientes como ômega-3, vitaminas A, D e E, além de minerais como ferro e magnésio.
Já a truta salmonada, criada em cativeiro, precisa de ajuda para alcançar a mesma aparência. Corantes sintéticos como astaxantina e cantaxantina, derivados do petróleo, são misturados à ração desses peixes para imitar a tonalidade do salmão. Apesar de garantir a estética do produto, esses aditivos apresentam potenciais riscos à saúde humana, incluindo toxicidade e possíveis efeitos cancerígenos.
O Perigo dos Corantes e Antibióticos no Peixe de Cativeiro
Estudos recentes levantam sérias preocupações sobre os corantes usados na aquicultura. A cantaxantina, por exemplo, foi associada a danos na retina e alergias, enquanto a astaxantina sintética tem sido relacionada a efeitos tóxicos em altas doses. Segundo especialistas, o consumo frequente de peixes com esses pigmentos pode causar acúmulo de toxinas no organismo.
Além disso, os ambientes de criação de peixes de cativeiro são frequentemente superlotados e mal higienizados, levando ao uso indiscriminado de antibióticos. Essas substâncias, quando ingeridas indiretamente pelos consumidores, podem contribuir para o desenvolvimento de resistência bacteriana, um problema crescente na saúde pública mundial.
A Truta Salmonada pode fazer a mal a saúde, porque recebe grande quantidade de substâncias artificiais ou tóxicas e é alimentada com ração de restos de outros peixes.
O Salmão Consumido no Brasil: Uma Jornada Longa e Questionável
O Brasil não possui produção significativa de salmão selvagem. A maioria do produto encontrado nos supermercados e restaurantes é importada do Chile, onde a aquicultura é predominante. Esses peixes são transportados por milhares de quilômetros em caminhões refrigerados, passando dias a caminho do consumidor final. Durante essa jornada, a qualidade do alimento pode ser comprometida.
O alto consumo e o lucro que este peixe traz, despertou uma indústria que deseja ter altos lucros com ele. Surgiu então o salmão de cativeiro, que nada tem a ver com o salmão selvagem encontrado na América do Norte.
Menos Ômega-3
Vale lembrar que, ao contrário do salmão selvagem, os peixes criados em cativeiro não possuem o mesmo teor de ômega-3, um nutriente essencial para a saúde cardiovascular. Isso ocorre porque a ração utilizada nas fazendas não inclui fontes naturais desse ácido graxo, como algas e fitoplânctons.
Engano ao Consumidor e Impactos Econômicos
Uma das maiores controvérsias é a comercialização da truta salmonada como salmão. Apesar de visualmente semelhantes, os dois peixes possuem diferenças marcantes em termos de nutrição e custo. Enquanto o salmão selvagem pode custar até 85 dólares por quilo, a truta salmonada é muito mais barata, mas é vendida como um produto premium. Isso configura uma prática desonesta, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo.
Peixe tem ômega 3 devido ao alimento que come e não só porque é peixe.
Alternativas Mais Saudáveis
Para garantir uma alimentação mais segura, considere consumir peixes locais e frescos, que não dependam de corantes artificiais ou transporte de longa distância. Além disso, leia os rótulos com atenção e questione a origem do peixe em restaurantes e supermercados. Muitas vezes, opções como sardinha, cavalinha e pescada podem oferecer nutrientes semelhantes ou superiores ao salmão de cativeiro, sem os riscos associados aos produtos de cativeiro.
Palavra Final: O Que Você Está Comprando?
É fundamental que os consumidores tenham acesso a informações claras e precisas sobre o que estão comprando. O uso de corantes e práticas de criação intensiva não apenas coloca a saúde em risco, mas também alimenta um mercado baseado em enganações. Escolher bem os alimentos é um passo essencial para cuidar da saúde e evitar cair em armadilhas da indústria.
O Salmão de cativeiro, que geralmente é a Truta Salmonada, não tem as mesmas qualidades nutricionais do Salmão Selvagem, ou seja, os nutrientes como ômega 3, vitaminas A, D, E e do complexo B, magnésio, ferro, presentes em abundância no salmão selvagem são quase nulas.
*O Comitê Científico da Alimentação Animal (CCAA) na Europa emitiu um alerta há vários anos sobre o pigmento da cantaxantina e exortou a indústria a encontrar uma alternativa. Em 2002, analisou os níveis máximos de cantaxantina em rações de peixes e determinou que o nível permitido de 80 miligramas por quilograma de cantaxantina na alimentação era muito alto, e que os consumidores que comiam grandes quantidades de salmão de cativeiro (ou truta salmonada no Brasil), ficaram susceptíveis a exceder a dose diária aceitável de 0,03 miligramas por quilograma de peso do corpo humano.
Em matéria publicada em abril de 2005, o New York Times já alertava que 1 em 8 Lojas de Nova Iorque vendia salmão de cativeiro como se fosse salmão selvagem (wild salmon).
Fontes:
https://www.nytimes.com/2005/04/10/
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