Usina de leite do Garibaldi aprovada para processamento do açaí

Jaraguá do Sul – “Aparentemente, estas instalações podem ser utilizadas para o processamento do açaí e a única adaptação necessária é a colocação de uma despolpadeira”, avaliou o técnico do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), de Florianópolis, Marcelo Farias, ao conhecer a usina de leite localizada no Garibaldi, em visita realizada na manhã desta quinta-feira (3), acompanhado do secretário do Desenvolvimento Rural e Agricultura de Jaraguá do Sul, André Cleber de Melo. O grupo também reuniu representantes da Fundação 25 de Julho, de Joinville, e técnicos da prefeitura jaraguaense.

Farias também sugeriu que seja feito contato com o fabricante dos equipamentos para verificar se a é possível fazer a pasteurização já que a densidade é menor no fluxo para processar leite. “Mas se não houver necessidade de pasteurização, já pode começar a processar o açaí”, acrescenta. Declarando-se otimista com esta avaliação e a possibilidade de implantar este projeto a custo praticamente zero, André de Melo informa que o passo seguinte é realizar um dia de campo – que já está agendado para o próximo dia 18 –, reunindo os técnicos do Cepagro e da Fundação 25 de Julho, nutricionistas, produtores e representantes da iniciativa privada para demonstração e degustação do açaí da palmeira jussara.

André explica que a ideia de transformar a usina de leite – desativada há seis meses – em uma unidade de processamento de açaí é otimizar as instalações e proporcionar uma renda a mais para os produtores. Ao mesmo tempo, esta medida contribui para a preservação da palmeira jussara, que é uma espécie ameaçada de extinção, pois é utilizada para extração de palmito. “Para extrair o palmito é preciso cortar a palmeira, que leva oito anos para crescer e ficar no ponto de corte, enquanto que o açaí frutifica de duas a três vezes por ano sem necessidade de sacrificar a planta”, argumenta o secretário.

Ele argumenta que trocar o fornecimento de palmito por açaí também é vantajoso economicamente para o produtor, pois ele obtém em média R$ 2,00 por uma cabeça de palmito e o açaí pode ser vendido a R$ 10,00 o quilo da polpa e cada palmeira produz em média 10 quilos desta fruta por ano. “Outra vantagem é que apenas o caroço é descartado no processo e serve de semente para produção de mudas”, acrescenta, destacando que os produtores terão a opção de plantar roças de palmeiras e, com o tempo, a atividade pode deixar de ser extrativista.

Melo diz que deve iniciar imediatamente os contatos com os produtores do Vale do Itapocu e de Joinville para agilizar a implantação deste projeto, já que os próximos três meses é época de coleta do açaí. De acordo com ele, a ideia é propor uma associação de produtores – provavelmente a de bananicultores – para gerenciar a unidade de processamento, que será cedida através de um contrato de cessão de uso das instalações. A iniciativa tem a assessoria do Cepagro e deverá contar com a parceria da Fundação 25 de Julho. “Precisamos fazer um estudo da demanda, mas já temos uma empresa da cidade interessada em adquirir a produção”, adianta o secretário, acrescentando que outra possibilidade é fornecer a polpa do açaí para a merenda escolar de instituições públicas de ensino.

Jorge Pedroso
UNOPress

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