Joinville – A Secretaria da Saúde de Joinville incluiu mais uma atividade de prevenção nos Grupos de Controle do Tabagismo dos postos de saúde. A partir de agora, o fumante que aderir ao grupo será examinado pelo cirurgião-dentista da unidade. O objetivo da ação chamada “Sem Cigarros, Com Sorrisos” é o diagnóstico precoce de lesões pré-cancerígenas e cancerígenas.
Segundo os cirurgiões-dentistas do Programa Saúde Bucal de Joinville, Allan Abuabara e Christine da Costa, o fumante tem sete vezes mais chances de desenvolver o câncer de boca. “Se o paciente fuma e também bebe frequentemente, a chance de ter câncer bucal passa a ser 38 vezes maior. A combinação de tabaco e álcool potencializa o risco de câncer de vias aerodigestivas”, destacam.
Na terceira Campanha de Prevenção contra o Câncer de Boca realizada nas unidades de saúde no dia 25 de outubro, 659 pacientes foram examinados pelos dentistas. Desses, 102 usuários apresentaram alguma alteração de mucosa. “Não tivemos nenhum caso positivo de câncer bucal, porém casos de feridas bucais e lesões na gengiva são alguns dos sintomas do câncer e precisam ser tratados para não se agravarem”, explica Allan. Segundo o dentista, todos os 102 pacientes estão sendo atendidos pelo especialista.
Você quer parar de fumar? Saiba como
“A vontade de parar de fumar é o primeiro passo para largar o vício”, alerta a psicóloga do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, Karina Viana. Segundo dados da Secretaria da Saúde, 80% dos fumantes querem deixar o vício, mas apenas 3% conseguem largar o cigarro sem ajuda.
Para participar dos grupos de Controle de Tabagismo das unidades de saúde é necessário, primeiramente, se inscrever na lista da recepção da unidade de saúde mais próxima de sua residência.
Ao ser chamado para o início do tratamento, o fumante passa por uma avaliação médica e é inserido em grupos que utilizam a abordagem “cognitivo-comportamental” no processo de cura. Este método tem como objetivo ajudar o paciente a entender a sua dependência do cigarro e a compreender as dificuldades no processo de parada, como a síndrome de abstinência e as possibilidades de recaída.
Em alguns casos de dependência elevada ou muito elevada do tabaco, o paciente também é tratado com medicação específica, conforme explica a psicóloga. “Para ter acesso ao remédio ele precisa obrigatoriamente estar frequentando os grupos de tratamento”, adverte Karina.
Até setembro deste ano, 1.232 pessoas passaram pelos grupos de Controle de Tabagismo dos postos de saúde e 476 pacientes conseguiram parar de fumar. Com isso, o índice de pacientes que abandonaram o cigarro foi de 38,63%, um ótimo número segundo o Ministério da Saúde, que já considera satisfatória a taxa de 30% quando se trata de pessoas que abandonaram o cigarro após tratamento em grupo.
Dyorgia Danielly da Rosa Bogo
UNOPressPress