O atual estilo de vida das mulheres exige muito de sua saúde mental e física. Hoje, as mulheres quebram o rótulo de “sexo frágil” e carregam enormes e variadas responsabilidades, como cuidar da casa, dos filhos e do casamento, tudo isso aliado à pressão da rotina profissional e da correria das grandes cidades.
Mesmo com inúmeras tarefas, as mulheres reconhecem a necessidade de cuidar da saúde, o que é imprescindível para que suas vidas tão aceleradas não sejam prejudicadas por qualquer tipo de problema. Apesar disso, existe um importante órgão que não tem a devida atenção do sexo feminino: o coração.
O que muitas mulheres não sabem é que seus corações têm seu funcionamento afetado por alguns aspectos estritamente femininos como, por exemplo, a menopausa. “Nesse período ocorre a perda acentuada da quantidade de estrogênio, hormônio feminino responsável pela manutenção do revestimento dos vasos sanguíneos. Com isso, os vasos ficam mais dilatados, ocasionando queda de pressão sanguínea, o que diminui o ritmo do coração”, explica o Dr. Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).
Além da menopausa, tratamentos comuns entre as mulheres, como pílulas anticoncepcionais e reposição hormonal também influenciam negativamente o coração. “No caso da ingestão de anticoncepcionais, o risco de trombose – formação de grandes coágulos que impedem a passagem sanguínea – ocorre devido ao excesso de estrogênio presente no medicamento”, salienta Dr. Queiroga. Felizmente esse quadro vem se modificando ao longo dos anos, com a diminuição da quantidade do hormônio nas pílulas mais modernas.
Segundo dados divulgados na França no ano passado, entre as pessoas que sofreram um infarto abaixo dos 60 anos, 25,5% delas foram mulheres. Dr. Queiroga confirmam que realmente o maior risco de infarto está entre mulheres. “Estima-se o risco delas desenvolverem doença coronária seja de 32% em mulheres acima dos 40 anos de idade. O risco da ocorrência de infarto é proporcional ao número de fatores de risco que a mulher apresenta, sendo que a entrada na menopausa dobra ou triplica este risco”.
Outros fatores de risco para a saúde do coração feminino encontram-se em hábitos presentes na vida de muitas mulheres como o tabagismo, excesso de peso, colesterol alto, hipertensão, sedentarismo e dieta alimentar inadequada. “Há 20 anos a proporção de mulheres infartadas era de uma a cada dez pessoas acometidas pelo infarto. Hoje isso aumentou para três mulheres a cada dez casos de infarto, devido aos hábitos de vida da mulher moderna”, ressalta o Dr. Queiroga.
Campanha Coração Alerta
A SBHCI e a SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia – uniram-se para promover a Campanha Coração Alerta. No site (www.coracaoalerta.com.br), a população tem acesso às matérias e vídeos que, de maneira informativa, abordam temas relacionados à saúde do coração e os riscos de doenças cardíacas. Além disso, o conteúdo é divulgado por meio dos perfis nas redes sociais: Facebook (www.facebook.com/CoracaoAlerta) e Twitter (www.twitter.com/CoracaoAlerta, @CoracaoAlerta).
Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
Fundada em 1975, a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI – é uma entidade sem fins lucrativos que tem como principais objetivos zelar pelo nível ético, eficiência técnica e sentido social do exercício profissional da Cardiologia Intervencionista. A entidade é responsável por regulamentar à concessão do título de especialista, estabelecer normas e fiscalizar os serviços de cardiologia intervencionista, denunciando às autoridades competentes o não cumprimento das exigências mínimas de funcionamento. Além disso, a SBHCI promove cursos de atualização para estimular os estudos, à pesquisa científica, tecnológica e à educação continuada.
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