Compositor maranhense, autor de Carcará e Pisa na fulô, é lembrado em especial que conta com as participações de Zeca Baleiro, Amelinha e Tião Carvalho.”Pobre, no Maranhão, ou é Batista ou é Ribamar. Eu saí Batista”. Era assim que João Batista do Vale (1934-1996) se anunciava no mítico espetáculo Opinião, quando se destacou no palco ao lado de Nara Leão e Zé Kéti. O autor de clássicos da música popular como Coroné Antonio Bento e A Voz do Povo, é o homenageado do Mosaicos deste domingo (5/7), às 20h30, na TV Cultura.
Dirigido por Nico Prado, o documentário musical conta com as participações de Zeca Baleiro, Amelinha, Papete, Tião Carvalho, Zé Américo e do grupo Feitiço de Mulher. Também exibe imagens de arquivo da emissora com depoimentos e números musicais inéditos. E, ainda recupera no acervo da Cultura todas as participações do músico em programas da emissora como MPB Especial (1974), Panorama (1977) e Projeto Adoniran (1985).
No especial, Zeca Baleiro interpreta Minha história e Pipira, Amelinha solta a voz em Amar quem eu já amei, Na asa do vento, Peba na pimenta; Baião da viola e Coroné Antonio Bento com Tião Carvalho, entre outros.Obra irretocável Nascido em Pedreiras, João do Vale manteve contato desde cedo com a música regional maranhense, participando de grupos de bumba-meu-boi. Aos 15 anos, em busca de melhores condições financeiras, foi para o sul do país parando em diversas cidades e trabalhando como garimpeiro, pedreiro, ajudante de caminhão.
Em 1950 chegou ao Rio de Janeiro e empregou-se numa obra de construção civil no bairro de Ipanema. Com várias canções compostas, começou a freqüentar programas de rádio para mostrar suas músicas a artistas, até finalmente ser gravado por Marlene, em 1953, que registrou com sucesso Estrela Miúda. Outros intérpretes como Zé Gonzaga, Luís Vieira e Marinês também gravaram João do Vale.
Mas o maior reconhecimento viria em 1964, ao participar do show Opinião, quando lançou seu maior sucesso, Carcará, imortalizado na interpretação da baiana Maria Bethânia. João do Vale tornou-se um dos maiores nomes da canção nordestina, com uma obra irretocável na qual se destacam ainda músicas como Minha História, A Voz do Povo, Pisa na Fulô e O Canto da Ema.