Florianópolis – Santa Catarina deve registrar quase 20 mil casos de câncer no próximo ano. Com o dado divulgado essa semana pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), pode-se concluir que, por dia, 53 pessoas descobrirão a doença no Estado. As estimativas também apontam que o país terá quase 500 mil novos casos de câncer em 2010, sendo que os tipos mais comuns são o de pele não-melanoma, próstata e mama feminina. A divulgação dessas informações marca o Dia Nacional de Controle do Câncer, nessa sexta-feira (27), e pretende alertar a população sobre a importância da adoção de hábitos saudáveis e da detecção precoce do problema.
De acordo com a oncologista do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), Senen Dyba Hauff, o envelhecimento populacional é a causa do aumento de casos de câncer em todo o mundo, uma vez que a esperança de vida da população brasileira, que era de 62 anos em 1980, será de 76 anos em 2020. “Se a longevidade for acompanhada, desde a infância, à exposição aos fatores de risco do câncer como o tabagismo, obesidade, vírus HPV e tomar sol sem proteção, o número de casos de câncer aumenta significativamente”, explica.
O controle do tabagismo pode evitar cerca de 30% dos novos casos de câncer previstos para o Brasil para o ano de 2010. Já uma alimentação rica em frutas e verduras pode reduzir em 35% a incidência de câncer. Com relação ao câncer de pele não-melanoma, 10% poderiam ser prevenidos com a adoção de medidas de proteção à radiação solar.
A detecção precoce é fundamental para descobrir tumores iniciais, com a realização periódica de exames de mamografia, Papanicolau, próstata, entre outros, aumentando as chances de sucesso do tratamento. Além disso, também é importante evitar o surgimento da doença na pele. Para isso, é indicada a verificação do índice ultravioleta (IUV) nos boletins de meteorologia durante o ano todo. A Organização Mundial da Saúde elaborou um esquema de proteção que recomenda as precauções necessárias conforme o nível de radiação do sol tanto para crianças quanto para adultos. Entre as medidas estão a utilização de filtro solar, óculos e chapéu e evitar ficar ao ar livre em torno do meio dia.
“O câncer é um problema que afeta a todos direta ou indiretamente e o conhecimento científico sobre as causas e o que pode e deve ser feito já está estabelecido. É hora de partir para ações coordenadas, de impacto comprovado e amplo, seja em relação à radiação ultravioleta do sol, ou da
exposição aos carcinógenos da fumaça do tabaco e outras exposições em ambientes de trabalho (asbesto, benzeno, agrotóxicos)”, ensina a oncologista.
aiUNO