Joinville – Com o tema “Educação, Cultura e Sustentabilidade”, a 8ª Feira do Livro abriu espaço na noite desta quinta-feira (7/4) para debater a “Gastronomia Sustentável”. Organizada pelo Curso de Gastronomia da Univille, o auditório do Edmundo Doubrawa contou com a presença de alunos, convidados e visitantes que foram conferir as experiências do Chef Renato Caleffi, de São Paulo, proprietário do Bistrô Lê Manjuê, especializado em Gastronomia Orgânica e Funcional; da produtora Sandra Mayerle Faria, do Sítio Desiderata, de Campo Alegre, especializado em produtos agroecológicos; e da nutricionista Thais Gama que falou sobre “Sustentabilidade em Gastronomia”.
Chef e Consultor de empresas ligadas ao ramo alimentício, Caleffi apresentou o case do Lê Manjuê Bistrô, único restaurante certificado como orgânico no Brasil, combinando técnicas que preservam e potencializam os nutrientes dos alimentos. “A comida é preparada desde a sua base com ingredientes orgânicos selecionados. Também é chamada funcional, porque além da utilização de recursos naturais em toda a sua concepção, potencializa a prevenção às doenças”, comentou ele, também criador de pratos especiais para celíacos, alimentação sem glúten e sem lactose.
Já o Sítio Desiderata, referência em produção agroecológica, fornece hortaliças e frutas mediterrâneas, objetivando mais do que a produção de alimentos saudáveis. “A preservação da biodiversidade, o manejo respeitoso com o meio ambiente e a idéia de inclusão social tornaram o sítio um modelo e um espaço para cursos, oficinas e intercâmbios”, relatou a proprietária Sandra Faria.
O sistema de plantio é orientado pela EPAGRI e a comercialização é direta com o consumidor, sem intermediários. “O excedente da produção nos levou a iniciar uma linha culinária que hoje também comercializamos. Todos os nossos produtos são de matéria-prima orgânica, sem utilizar aditivos químicos nem conservantes”.
Nascido em 2002, hoje o sítio atende a demanda de 70 famílias, tendo estendido o seu trabalho para mais sete propriedades vizinhas, transformando Campo Alegre em uma rota ecológica turística com seus produtos naturais.
A última palestrante, a nutricionista Thais Gama, falou sobre “Sustentabilidade e Gastronomia” e citou o movimento “Slow Food” no Brasil, criado em 1989, em resposta aos efeitos padronizantes do conhecido “fast food”. “A gastronomia sustentável começa na mudança da cultura imposta na atualidade. Nossas escolhas alimentares estão ligadas às características sensoriais que a comida provoca, ativando nossa memória gustativa e aguçando o paladar antes mesmo de colocar o alimento na boca. Atuando nessas percepções e tratando os alimentos de forma visual, estamos modificando essa cultura e nos alimentando de maneira mais saudável”, disse ela, que também apresentou experiências de biotecnologia aplicadas ao pinhão.
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