Manaus – O barco Karolina do Norte, que tombou no igarapé Educandos, no Rio Negro, na tarde de ontem (21), será transportado ainda hoje do local do acidente para uma das margens do rio. Um guindaste será usado para desvirar o barco. Ontem mesmo a Marinha abriu inquérito administrativo para apurar as causas do acidente e identificar possíveis responsáveis. O resultado do processo deve sair em até 90 dias.
Hoje (22), a área próxima ao local do acidente voltou a ser vasculhada. As equipes de resgate esperam concluir os trabalhos de identificação de outras possíveis vítimas assim que o barco estiver na posição normal.
Quatro pessoas ainda estão desaparecidas, segundo a Defesa Civil de Manaus. Elas são de outros estados e até o momento nenhum parente reclamou sua ausência. Maria de Oliveira Moreira, com cerca de 50 anos e a filha, Maria Rubinete de Oliveira Moreira, de 30 anos, além de duas crianças – Samira, de 4 anos e Marcleam, de 6 anos – estão na relação da Defesa Civil de pessoas ainda não localizadas. As informações foram fornecidas por uma sobrinha de Maria Oliveira, identificada pela Defesa Civil como Janice.
A Defesa Civil de Manaus cadastrou 123 sobreviventes, registrou duas mortes e encaminhou nove pessoas de outros estados para um abrigo da prefeitura. Carros da administração municipal transportaram os sobreviventes para casas de amigos e parentes. No início da tarde de hoje começam a ser entregues as malas e objetos pessoais recolhidos pelos bombeiros.
O barco Karolina do Norte saiu do porto da Manaus Moderna, no centro da capital amazonense, ontem por volta das 14h – horário de Brasília. De acordo com a Marinha, 185 pessoas estavam a bordo e tinham como destino a cidade de Santarém, no Pará. Por causa de um problema mecânico, o comandante do barco autorizou a parada, mas os passageiros permaneceram a bordo. A embarcação virou quando era rebocada para manutenção.
Na avaliação do comandante do Corpo de Bombeiros do Amazonas, coronel Antônio Dias, não foi descartada a possibilidade de pessoas presas entre o barco e fundo do rio, já que o acidente aconteceu em uma parte rasa. Não havia problemas com o registro da embarcação. Entre as duas mortes confirmadas está a de uma menina de apenas 10 anos.
“O grande problema ocorreu quando o barco foi puxado para uma carreira [espécie de rampa que conduz embarcações para terra firme] para sofrer manutenção sem retirar as pessoas. Na verdade não houve um naufrágio e sim um tombamento da embarcação num momento de desequilíbrio”, explicou Dias.
Amanda Mota/ABr