Com a aplicação da previsão é possível reduzir riscos e transformá-los em oportunidades de negócio
Depois de alguns problemas climáticos no início do ano, com estiagens no Sul do Brasil e enchentes no Norte e Nordeste, o clima promete mudanças para o segundo semestre de 2009 e para o próximo verão. No momento passamos por um período de transição no comportamento das águas do Oceano Pacífico equatorial e já se observa o início de uma fase de águas superficiais aquecidas sobre o Pacífico leste, próximo da costa do Equador e do Peru. A previsão aponta águas mais aquecidas nos próximos meses, com indicativo da instalação de um novo episódio de El Niño até o final do ano.
O último El Niño foi registrado no verão 2006/2007, porém, os modelos de previsão climática indicam que o episódio deste ano será mais intenso, a exemplo dos que ocorreram em 2002/2003 e 1997/1998, quando houve intensas chuvas no Sul e estiagem severa no Nordeste.
Segundo Paulo Etchichury, especialista em clima da Somar Meteorologia, é pouco provável que o El Niño tenha alguma influência já nesse inverno, pois o fenômeno ainda não está configurado. Com isso, o clima deve ter um comportamento típico da estação, ou seja, sem grandes extremos. De acordo com Etchicury, a primeira evidência do fenômeno no Brasil deverá ser sentida no Sul do País, com uma Primavera mais chuvosa. “Se por um lado essas chuvas vão ajudar a repor o déficit hídrico registrado no início do ano. Por outro, representa risco para as lavouras de inverno da Região (trigo e cevada)”, afirma.
Para os produtores de soja e milho do Centro e Sul do País, a volta do El Niño é motivo de comemoração. “O fenômeno promete um verão com chuvas mais regulares nessas regiões, diminuindo os riscos de estiagens prolongadas vividas nas safras passadas”, conta o climatologista.
O El Niño causa grandes transformações no clima em diversas partes do Globo, com incidência de eventos extremos de enchentes e secas, muitas vezes colocando em risco a segurança da população e provocando problemas nos sistemas de produção. Desde a década de 70, cientistas começaram a estudar mais a fundo os efeitos do El Niño e do La Niña e por isso, a maioria deles já são conhecidos; o que varia é justamente a intensidade dessas anomalias climáticas. Além disso, ainda há muitas dúvidas com relação aos impactos desses fenômenos no sistema de produção, especialmente da agricultura, que depende diretamente dos fatores do tempo e do clima.
Em busca de respostas mais objetivas a Somar Meteorologia desenvolveu um serviço de consultoria focado no setor, o Agrosomar. De acordo com Etchichury, se por um lado os fenômenos climáticos podem representar quebra ou frustrações de safra, para aqueles que se antecipam com a informação é possível reduzir riscos e transformá-los em oportunidades de negócio através da aplicação da previsão.
Para oferecer um serviço de qualidade, todos os detalhes do processo de produção são levados em consideração, tais como: características de cada região, condições do solo, variedade de planta, período de plantio (ciclo da cultura), além de fatores meteorológicos. “Através desse serviço, qualquer produtor, de pequeno a grande porte, poderá fazer simulações futuras de sua lavoura em qualquer lugar do Brasil” finaliza o climatologista.