Joinville – A Companhia Águas de Joinville estuda medidas para resolver definitivamente o problema de mau cheiro que afeta as comunidades próximas da Estação de Tratamento do Jarivatuba. E é possível. Uma comissão de técnicos da Companhia, acompanhada por membros do Legislativo Municipal, visitou na semana passada estações de tratamento de esgoto em Niterói (RJ) e Brasília (DF) e pôde conferir modelos em que a estação foi construída junto de condomínios residenciais e sem gerar nenhum desconforto para a vizinhança.
Na cidade fluminense, a Águas de Niterói, concessionária responsável pela distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto naquele município, investiu nos últimos nove anos mais de R$ 200 milhões na modernização do sistema e conseguiu elevar positivamente os números de saneamento. Até 1999, apenas 20% dos moradores tinham rede de esgoto na cidade. Hoje, 90% contam com coleta e tratamento.
A experiência de Niterói dá mostras de que é perfeitamente possível, com investimento e tecnologia, melhorar as condições de saneamento e garantir melhor qualidade de vida aos joinvilenses, inclusive para os moradores próximos das estações de tratamento de esgoto. Mas, a cidade fluminense, apesar da similaridade com Joinville em população, consumo de água e número de economias, também guarda diferenças que deixam claro que nosso
desafio deverá ser muito maior. Niterói é uma cidade mais verticalizada que Joinville (lá são 180 mil economias em 80 mil ligações, enquanto aqui são também, aproximadamente, 180 mil economias, mas em 125 mil ligações).
A Águas de Niterói também soube distribuir diferentes modelos de estações de tratamento de esgoto, conforme as condições da região, disponibilidade de espaço e melhor adequação.
Modelos
A primeira unidade visitada pelos técnicos e parlamentares de Joinville foi a Estação de Tratamento de Esgoto Icaraí, localizada no bairro Boa Viagem, junto da Baía da Guanabara. A estação trata os efluentes de 170 mil moradores, cerca de mil metros cúbicos por segundo. Mas a unidade guarda uma particularidade: ela opera somente tratamento primário (onde a matéria poluente é separada por sedimentação e floculação com ajuda de agentes químicos).
Em seguida, os efluentes são jogados no mar por um emissário submarino com mais de três quilômetros de extensão. Conforme os especialistas da Águas de Niterói, ao percorrer toda a extensão do emissário, os efluentes previamente tratados sofrem um novo processo de tratamento biológico, concluindo assim o processo secundário do tratamento, reduzindo em mais de 90% a carga orgânica jogada ao mar. O modelo, no entanto, é inadequado para Joinville.
A segunda estação visitada foi a ETE Camboinhas, unidade mais moderna que a Icaraí, com sistemas anaeróbicos e aeróbicos com alto grau de eficiência. A unidade consegue reduzir em até 95% o despejo de carga orgânica no meio ambiente, retirando inclusive elementos como nitrogênio e fósforo (que se jogadas em lagos possibilitam a proliferação descontrolada de algas), possibilitando inclusive o reuso da água para fins menos nobres, como lavagem de vias públicas e irrigação. Mas, o mais interessante desta estação de tratamento, instalada num dos bairros mais nobres de Niterói, é que ela não exala cheiro algum durante o processo.
Instalada em meio a residências de alto padrão, a ETE Camboinhas, com capacidade para tratar cerca de 110 litros de esgoto por segundo, está perfeitamente integrada com a vizinhança.
A última estação visitada foi a ETE Toque-Toque, unidade com capacidade de vazão de 400 litros por segundo e que trata efluentes do Centro e parte da Zona Norte de Niterói. A unidade realiza tratamento de nível secundário, reduzindo em aproximadamente 90% a carga orgânica dos dejetos. Recém ampliada, a ETE Toque-Toque inovou construindo quadras de esportes para a comunidade. Localizada dentro do centro urbano, ela também não exala mau cheiro. A unidade é toda controlada remotamente, com ajuda de um software avançado, em que o operador tem domínio de todas as fases da operação de tratamento de sua bancada de trabalho.
Fonte: Assessoría de Imprensa
