Com o lema de promover o crescimento econômico através da união, o sistema de cooperativas de crédito do Brasil vem passando por um momento positivo, onde as situações advindas da crise econômica mais ajudaram que atrapalharam. Dados da OCB, Organização Nacional das Cooperativas Brasileiras, mostram que existem hoje cerca de 8 milhões de pessoas associadas à esse tipo de entidade no país.
"O cenário negativo não nos afetou. Muito pelo contrário. Crescemos justamente na crise. Aumentamos nossa oferta de crédito em 15,48 %", afirma Jadir Girotto, presidente do Sicoob Central MT/MS, que já conta com quase 16 mil associados nos dois estados. Em números, o valor de empréstimos concedidos saltou de R$ 66.725.057 em dezembro de 2008 para R$ 74.333.189 em maio de 2009.
Dinheiro que se traduz em desenvolvimento regional e ajuda a fomentar tanto iniciativas no comércio e na indústria quanto no setor rural. Nos dois estados, o Sicoob Central MT/MS já tem 16 cooperativas. São cooperativas de diversos segmentos da economia e também de funcionários públicos, que além de contarem com os mesmos serviços oferecidos pelos bancos também têm a vantagem de serem donos do negócios – o que permite acompanhar todas as decisões e opinar.
O executivo aponta que o grande movimento foi provocado pelo fato dos bancos terem diminuído consideravelmente as linhas de crédito devido ao medo da crise. "Nessa hora, os clientes começaram a procurar alternativas e soubemos aproveitar o momento. Como oferecemos juros bem mais baixos e taxas de serviço muito menores que as praticadas pelo mercado, essas pessoas acabaram continuando no sistema depois que a situação começou a melhorar", explica Jadir Girotto.
Em meio às comemorações do Dia do Cooperativismo, que será celebrado neste sábado, 4 de julho, o Sicoob MT/MS registra outro efeito dessa estratégia: o crescente interesse pela abertura de novas cooperativas. "Temos muitos grupos de empresários buscando fundar suas cooperativas, pois perceberam que essa é uma maneira mais barata e inteligente de administrar o próprio dinheiro. É algo que mostra claramente o aumento da nossa visibilidade", ressalta Jadir Girotto. Mas ele lembra também que todo o processo é feito com muito critério e que para fazer parte do sistema é preciso seguir uma série de exigências. "Hoje, estamos consolidados e temos a confiança tanto dos brasileiros em geral quanto do poder público, que regulamentou o setor. Por isso, somos muito conscientes. Tudo passa por um processo rigoroso", diz.
Para o presidente do Bancoob, Banco Cooperativo do Brasil, Marco Almada, esse método de trabalho, aos poucos, vai garantir um espaço muito mais amplo para as cooperativas de crédito. "Acredito que quando chegarmos a 7,5% do mercado poderemos começar a brigar com as grandes instituições financeiras neste sentido. Quando este dia chegar, toda a população será beneficiada, pois temos preços e taxas mais baixos", prevê.
Fonte: Assessoría de Imprensa