Rio de Janeiro – O primeiro submarino nuclear será posto em serviço em 2023 e adotado pela Marinha do Brasil em 2025. Esse submarino será construído de acordo com um projeto francês e equipado com um reator nuclear totalmente desenvolvido por cientistas brasileiros. O custo total do projeto atingirá USD 4 bilhões.
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (1/03) que o Brasil provou ser capaz de cumprir o papel do desenvolvimento cientifico e tecnológico na área de defesa, com a inauguração da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem) – primeira etapa para a construção de submarinos. A fábrica faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha. A infraestrutura servirá para a construção e manutenção de cinco submarinos.
“Com este empreendimento entramos em um seleto grupo, dos integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas com acesso ao submarino nuclear”, destacou Dilma, ao ressaltar que atualmente, a tecnologia de propulsão nuclear é dominada apenas pela China, pelos Estados Unidos, pela França, Inglaterra e Rússia – membros permanentes do órgão. Atualmente o Brasil não integra o Conselho de Segurança da ONU. “Uma indústria da defesa é uma indústria da paz, mas, sobretudo, do conhecimento. Aqui se produz tecnologia e tem um poder imenso de difundir tecnologia”, completou a presidenta durante a inauguração da Ufem, em Itaguaí, município da região metropolitana do Rio.
O programa foi iniciado em 2008, resultado de uma cooperação entre o Brasil e a França que prevê transferência de tecnologia e criação de consórcios entre empresas dos dois países. Dos cinco submarinos previstos, quatro serão movidos a motor diesel-elétrico e um com reator para propulsão nuclear, que é mais autônomo e gera energia por mais tempo. A planta de propulsão nuclear será desenvolvida com tecnologia inteiramente nacional.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, declarou que a decisão de implementar oprograma demonstra que o Brasil entendeu que a segurança não é algo delegável. Um país que quer ser autônomo e se firmar no mundo deve cuidar da sua segurança.“.
Amorim também ressaltou que as ações vão gerar emprego e estimular a indústria naval e nacional. De acordo com a Marinha, as construções vão gerar 9 mil empregos diretos e 32 mil postos indiretos. O estaleiro de construção está previsto para ser concluído em dezembro de 2014, a base naval em 2017 e o primeiro dos quatro submarinos convencionais deve começar a operar em 2017.
Flávia Villela/ABR/UNO