Balneário Camboriú – Um novo boletim de balneabilidade das praias do Litoral Catarinense foi liberado nesta sexta-feira (11), pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) e, embora tenha acontecido queda de pouco mais de 2% nos pontos impróprios para banho, certamente Balneário Camboriú foi um dos municípios que auxiliou, nesta semana, para que o quadro da poluição na orla catarinense tivesse alguma melhora. Na cidade, dos cinco pontos que estavam impróprios na semana passada, apenas o ponto de coleta número nove, localizado na Praia de Taquaras, continua impróprio para os banhistas. A informação revela uma situação que havia muito tempo não se presenciava: até mesmo o Pontal Norte, nas proximidades do Canal do Marambaia, pode ser considerado bom para o banho de mar.
Um dos motivos da melhora foi a colaboração e incidência menor de chuvas, mas, segundo o secretário de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, André Ritzmann, as ações realizadas pela Emasa – Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú tem muito a ver com esse resultado, já que no primeiro boletim liberado, o Pontal Norte também não estava poluído. “O objetivo da Prefeitura, da Emasa e o nosso é de que até 2012, todas as ligações de esgoto sejam direcionadas para tratamento. Em janeiro, recebemos a cidade com cerca de 80% do esgoto tratado. Queremos chegar a 100%”, confirma Ritzmann.
Mas não é só o problema das ligações clandestinas que caem em canais fluviais e em córregos que deveriam servir apenas para a água da chuva, o grande problema da falta de balneabilidade em Balneário Camboriú. Ritzmann lembra da ineficiência das lagoas de tratamento, que opera atualmente com apenas 45%. Segundo explica o diretor presidente da Emasa e Secretário de Planejamento, Nei Clivatti, com o projeto da nova estação de tratamento, esse percentual irá para pelo menos 90%.
Clivatti analisa que a Emasa tem trabalhado muito para que sejam executadas novas redes de esgoto. “A nova estação será fundamental, mas ficará pronta apenas em 2011, aí, sim, aumentará tremendamente nossa capacidade de tratamento do esgoto. A balneabilidade está diretamente ligada à índices pluviométricos, mesmo que não tenha contaminação”, pontua.
Ele analisa que o que ocorreu em Balneário Camboriú, nesta última semana, é o que se chama “regime séptico”, quando, por falta de chuva, o mar não recebe as águas das galerias pluviais. Paradas, elas apodrecem e, ao primeiro sinal de enxurrada, caem na orla e acabam afetando os resultados de balneabilidade. Vale lembrar que a Prefeitura de Balneário Camboriú executa, a partir deste ano, o projeto 100% de esgoto, que visa eliminar os pontos de esgoto clandestino no rio Camboriú e vários outros investimentos na cidade como a revitalização do Canal do Marambaia.
Como se mede a balneabilidade?
-Com base na legislação – resolução do Conama 274/2000;
-Com cinco amostras consecutivas no mesmo ponto de coleta;
-Com 80% dos resultados apontando contaminação por escherichia coli em mais de 800 NMP (número mais provável) em 100/mililíetros de água – dos últimos cinco resultados, o ponto é considerado impróprio para banho.
ai/UNO
