Campos Novos – Mais de mil professores lotaram o Centro de Eventos Galpão Crioulo, localizado na BR 470, no município de Campos Novos, sexta-feira (11), para participar do Seminário “Os desafios da educação brasileira”. Provenientes de escolas municipais da região e da rede estadual, eles aproveitaram a chance de receber em casa palestrantes de renome nacional. O evento foi promovido pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, presidida pelo deputado Pedro Uczai (PT), e pela Escola do Legislativo, com apoio da prefeitura de Campos Novos e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional (SDR).
Esteve presente também o deputado Romildo Titon (PMDB), representante do Meio Oeste no Parlamento. Ao discursar, o parlamentar parabenizou Uczai por levar o seminário à região e ressaltou que diante das novas tecnologias a grande dificuldade dos profissionais em sala de aula “é enfrentar os preconceitos e preservar os conceitos”.
O sexto seminário promovido pela Comissão do Legislativo, e o último deste ano, procurou respostas para os três principais problemas da educação apontados por pesquisa do instituto Ibope Inteligência: desmotivação dos professores, baixos salário do magistério e queda na qualidade do ensino.O palestrante Gaudêncio Frigotto, doutor em Educação, História Política e Sociedade (PUC) e professor da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) abriu o seminário. Ele mostrou a importância da educação de base. “Base ampla, melhores resultados”, definiu. Gaudêncio salientou que nada tem fórmula pronta quando se trata de ensinar. “Qual o método da educação de qualidade? É o método que motiva, é aquele que atinge a necessidade”.
Mestre em História do Brasil e professor universitário, o deputado Pedro Uczai também foi um dos palestrantes. O parlamentar debateu a “Desmotivação dos professores”. Ele lembrou que a maioria dos presentes trabalhou para pagar a faculdade particular, além de ser o primeiro membro de suas famílias a se formar em um curso superior. Hoje, de acordo com Uczai, já formados, todos enfrentam outro grande desafio na sua vida profissional, a carga horária. “O professor trabalha demais e não tem tempo para teorizar, para preparar suas aulas. Professor que não teoriza, não dialoga com o conhecimento”, afirmou e foi aplaudido com entusiasmo ao defender a carga horária máxima de 40 horas/aula por semana, metade dedicada à sala de aula e metade para pesquisa.
Lourival Martins, Mestre em Educação e Cultura pela Udesc, Doutor pela Escola Superior de Teologia, professor da Udesc e membro do Conselho Municipal de Educação de Florianópolis, foi o responsável por continuar o debate sobre motivação, no período da tarde. Com uma exposição dinâmica e atual, o mestre manteve mais de mil professores atentos até o final do evento, que praticamente não contou com desistências. “Docência não é anexo, não é apêndice, não é bico, é compromisso, opção de vida”, provocou.
Os professores participaram ativamente interagindo com o palestrante e ouvindo palavras de incentivo e convites à reflexão. Sempre com a proposta de resgatar o orgulho e o prazer de ser um educador, não apenas em sala de aula, mas também no cotidiano.“Existem muitas coisas para além do projeto pedagógico, para além do currículo, não lidamos com números, com estatísticas, lidamos com gente. É preciso despertar desde a mais tenra infância o interesse pelo conhecimento”, concluiu Martins.
AI/Redação24Horas
