Florianópolis – A Secretaria de Estado da Segurança Pública anunciou, nesta terça-feira, 13, uma série de medidas para evitar novos ataques como os que aconteceram na noite de segunda, 12, e madrugada desta terça na Grande Florianópolis e Blumenau. Entre as ações estão o reforço no policiamento, o trabalho conjunto de unidades especiais da Polícia Militar e Polícia Civil em áreas críticas e a atuação da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) na investigação e acompanhamento das ocorrências.
Ainda não se sabe se há correlação entre as ocorrências desta última noite. Mas, a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar todos os casos.“As investigações continuam para saber a motivação das ocorrências e se há alguma relação entre elas. Não descartamos nenhuma possibilidade e estamos seguindo várias linhas de investigação”, disse o delegado-geral Aldo Pinheiro D´Ávila. O chefe da Polícia Judiciária no Estado destacou ainda que, em virtude do sigilo que o trabalho investigativo requer, não poderá dar outros detalhes do andamento dos procedimentos.
O anúncio das medidas foi feito durante coletiva à imprensa na tarde desta terça, no gabinete do secretário da Segurança Pública, César Augusto Grubba. Sobre a participação de uma suposta facção criminosa que teria ordenado os ataques, Grubba disse que todas as hipóteses estão sendo apuradas, mas não descarta nenhuma linha de investigação. “Reconhecemos que pode haver ações típicas do crime organizado com origem dentro do sistema prisional. No entanto, sabemos que muitas dessas ações são praticadas por indivíduos e grupos que se aproveitam deste contexto para realizar seus objetivos e interesses. Não falamos em sigla de facção criminosa, pois não queremos espetacularizar o crime”, afirmou o secretário.
Grubba também negou que o Estado irá solicitar auxílio do Governo Federal. “Não é necessário”, disse. Segundo ele, a Segurança Pública de Santa Catarina irá enfrentar estes problemas com seus meios e recursos.
Sobre prisões, o secretário confirmou a prisão de dois homens que dispararam tiros contra o Presídio Regional de Blumenau. Alessander Ricardo Coreia de Oliveira, 26 anos, natural de Capão da Canoa (RS), e Claudinei Machado, 19 anos, natural de Lontras (SC), foram presos em flagrante e confessaram participação no crime. Eles disseram à polícia que foram coagidos a participar do ato pois estavam em dívida com traficantes da região. Já as investigações sobre os ataques ocorridos em Florianópolis e Blumenau estão adiantadas e há pista de suspeitos.
O secretário da Segurança Pública garantiu que todas as informações sobre possíveis ameaças a qualquer entidade ou instituição são levadas à sério e apuradas. “Estamos muito atentos e preparados, trocando informações entre uma rede integrada de inteligência policial que contempla outros segmentos da Segurança Pública, como Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Exército e outros. Não há motivo para qualquer especulação a respeito desses casos”, enfatizou Grubba.
Índices de criminalidade estão caindo
O secretário destacou que Santa Catarina continua apresentando índices positivos em relação à criminalidade. O número de homicídios, por exemplo, caiu para 30 casos no mesmo período do ano passado. O mesmo vem acontecendo com os roubos e outros crimes, o que demonstra um resultado exitoso das polícias catarinenses na prevenção e repressão da criminalidade. “Assim como aconteceu com as últimas prisões, os autores destes atos criminosos também sofrerão todos os rigores e as sanções da lei”, disse Grubba.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nazareno Marcineiro, não descartou uma possível tentativa de atuação coordenada por parte de alguma facção criminosa ou que estes casos possam ter advindo de um processo de imitação, um fenômeno social suscitado inclusive pela onda de criminalidade midiatizada de outros estados. “O criminoso acaba por imitar ações que acontecem em outros estados por entender que o crime compensa e, de alguma forma, conversa com seus comparsas na tentativa de se articularem. Mas ainda não há provas contundentes de que organizações criminosas estejam liderando estas ocorrências”, afirmou Marcineiro.
Também participaram da coletiva a secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Ada de Lucca; diretor do Departamento de Administração Prisional, Leandro Lima; e o diretor da Deic, Laurito Akira Sato.
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