Santa Catarina antecipa em uma semana e dá início nesta segunda-feira (13), à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. A meta é imunizar no mínimo 95% de um total de 411.967 crianças menores de cinco anos. Tradicionalmente, a população tem mostrado boa adesão comparecendo aos postos no período das campanhas, e é necessário que o estado continue obtendo boas coberturas até a erradicação global do vírus.
Luciana Amorim, gerente de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização da Secretaria de Estado da Saúde destaca que “embora a erradicação global esteja avançando, países livres da paralisia infantil como o Brasil precisam continuar investindo na constante vigilância das paralisias e manter altas e homogêneas as coberturas vacinais contra o vírus, tanto nas ações de rotina como em campanhas”.
Este é o 32º ano de Campanhas Nacionais de Vacinação contra a Poliomielite e o 22º ano sem a doença no país. O Brasil está livre do poliovirus desde 1990, e assim deve continuar até a concreta certificação mundial da erradicação deste agente infeccioso. Os últimos casos da doença em Santa Catarina foram registrados em 1989, nos municípios de São José, Caçador e Laguna.
Em 1994, o Brasil recebeu o Certificado Internacional de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovirus Selvagem. A partir de então, o país assumiu o compromisso de manter altas coberturas vacinais maiores ou igual a 90%. Em 2001, esta meta foi alterada para 95% da população alvo (menores de cinco anos de idade). A cobertura de 95% na campanha deve ser alcançada em pelo menos 80% dos municípios.
No cenário global atual, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que 22 países ainda registram casos de poliomielite, sendo quatro desses endêmicos: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão e os demais restabeleceram a transmissão devido a importação de casos da doença, sendo eles a República Democrática do Congo, Chade, Angola, Côte d’Ivoire, Mali, Congo, Niger, Gabão, Uganda, Federação Russa, Liberia, Nepal, Kazaquistão, Tajiquistão, Turcomenistão, Senegal, Mauritânia, Serra Leoa.
Em 2010 foram registrados 1.288 casos, sendo 232 (18%) nos países endêmicos e 1056 (82%) nos países não-endêmicos. Em 2011, já foram registrados 166 casos de poliomielite, dos quais, 52 em países endêmicos e 114 casos em países não-endêmicos, número menor quando comparado ao mesmo período em 2010, quando foram registrados 237casos, 52 em países endêmicos e 185 casos em países não-endêmicos.
Luciana Amorim lembra que no período da campanha a vacina oral contra poliomielite deve ser administrada mesmo que a criança tenha recebido a vacina contra rotavírus há menos de duas semanas (intervalo mínimo). O mesmo é válido para as demais vacinas. Amorim recomenda que durante a realização da campanha, seja dada atenção à segunda dose da vacina Influenza para as crianças menores de dois anos que ainda não a tomaram, bem como seja verificada a atualização do esquema vacinal para aqueles menores que não foram imunizados.
SAIBA MAIS: A paralisia infantil é uma doença viral aguda, transmitida principalmente por contato direto, pessoa a pessoa. A boca é a porta de entrada do vírus, fazendo-se a transmissão pelas vias fecal-oral ou oral-oral, esta última através de gotículas de muco da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A poliomielite pode levar à morte em caso de paralisia severa. Em contrapartida, seu diagnóstico pode ser difícil já que, na maioria dos casos, os sintomas da infecção não são aparentes. A vacinação é a medida mais importante para a prevenção da doença.