A incidência dos cânceres orais tem aumentado em 25% na última década, conforme mostra um recente estudo feito no Reino Unido pela Cancer Research UK. Em países desenvolvidos, até 60% dos casos de câncer de orofaringe (garganta) estão associados à infecção pelo HPV, o papiloma vírus humano. Os tumores relacionados ao HPV são menos agressivos e respondem melhor ao tratamento por quimioterapia e radioterapia. Mas o mais importante é que são facilmente evitáveis com o uso de preservativo em relações sexuais e a disseminação das vacinas contra o vírus.
Porém, a infecção pelo HPV associada ao tabagismo aumenta o risco de morte em até quatro vezes dependendo da quantidade de maços consumidos pelo número de anos. Além do fumo, o álcool e a má higiene bucal são os principais fatores de risco para o surgimento do câncer. Os sintomas mais comuns são lesões e feridas que não cicatrizam até um mês, dor, sangramento, secreção, odor e nódulos que aumentam de tamanho.
“No Brasil a incidência varia entre 10 e 15%, mas acredita-se que este índice é mais baixo por uma diferenciação metodológica”, explica Gilberto de Castro, médico oncologista do Ambulatório de Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). “Sem dúvida a cessação do tabagismo é fundamental, além do estímulo aos hábitos de vida saudáveis, como sexo seguro e vacinação até dieta rica em vegetais e prática de atividade física”, conclui.