Florianópolis – Termina nesta quarta-feira, no Hotel das Araucárias, no Rio Grande do Sul, o Curso de Formação Guarani Kuaa Mbo (Conhecer e Ensinar) promovido pelos governos estaduais das regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Depois de cursarem dez etapas nas modalidades presencial e a distância, professores guaranis de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo estão concluindo a última etapa (presencial), iniciada no dia 23 de abril. Passados quatro anos, os professores-alunos estão habilitados a lecionar nas séries iniciais das escolas indígenas da mesma etnia.
“É uma educação diferenciada, bilíngue, comunitária e diferenciada”, destaca o diretor de Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina (SED), Antônio Elízio Pazeto. “É uma forma de ampliar o acesso e a permanência da população indígena à educação básica específica”, conclui ele.
Entre os temas que foram abordados durante o curso estão: planejamento na escola indígena guarani, metodologia do ensino da Língua Guarani e da Língua Portuguesa, Matemática, Alfabetização, Etnociências, Metodologia da Geografia, Gestão Escolar Indígena Guarani, Projeto Político Pedagógico e Metodologia de Pesquisa.
“A maioria dos professores participantes já trabalham nas escolas das aldeias Guarani. A troca de experiências entre os estados é sempre importante”, destacou a consultora educacional da SED, Ana Luzia Caritá.
Um dos eventos de destaque do curso foi a realização do vídeo Mbya-Reko (Vida Guarani), produzido em 2007, através do projeto Microbacias 2. A produção foi realizada em conjunto por índios guaranis, SED e Funai.
Gravado nas aldeias dos municípios de Imaruí, Biguaçu, Palhoça e São Francisco do Sul, o vídeo mostra as crenças, as tradições e os valores da cultura Guarani e suas representações na arte, na espiritualidade, na natureza, na educação e nos ensinamentos passados de geração em geração para preservar sua memória.
No início do ano letivo de 2009, a SED encaminhou às bibliotecas das escolas da rede pública estadual cadernos ilustrados e escritos nos idiomas Guarani e Português, produzidos pelos professores durante uma das etapas da formação. Também foram contempladas 31 unidades escolares indígenas das três etnias que predominam em Santa Catarina: Guarani, Xokleng e Kaingang.
Um dos materiais escrito em Guarani e Português, o caderno Mbya Reco, contém ilustrações lindíssimas. Sua função é subsidiar o professor no planejamento das aulas e criação de estratégias e atividades em grupo, como jogos, dramatização e pesquisa de campo.
AI/Redação 24 Horas
