Rio de Janeiro – O Brasil registrou, entre 1998 e 2008, uma média diária de 288 mortes por causas violentas. Crimes e acidentes dos mais variados tipos – trânsito, trabalho e domésticos – tiraram a vida de 1,154 milhão de brasileiros durante essa década.
Os dados foram revelados hoje (1º ) durante a divulgação da Tábua de Mortalidade, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o coordenador da pesquisa e gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, a sociedade brasileira está passando por um processo de "enfermidade crônica".
“A violência não diminuiu, em geral, ao longo desse período de observação. É uma perda bastante lamentável para a sociedade, principalmente homens em idade produtiva”, afirmou Juarez. Segundo o levantamento, os homens chegam a estar cerca de nove vezes mais expostos à violência do que as mulheres, entre os 15 e 24 anos de idade, sendo que entre os 15 e os 39 anos a maior parte das mortes é decorrente de acidentes de trânsito e homicídios.
Sobre o reflexo das mortes violentas sobre o crescimento demográfico, o técnico do IBGE calculou que está causando uma redução na expectativa de vida. "Se as mortes violentas no país, sobretudo as ocorridas no segmento adulto/jovem masculino, tivessem uma redução significativa a expectativa de vida do brasileiro hoje já seria de dois ou três anos superior", afirmou Juarez.
A idade média da população, ao morrer, é de 67,8 anos por causas naturais e de 38,6 anos por mortes violentas. Os homens mortos por causas violentas têm 36,9 anos, enquanto que as mulheres, 46,7.
Vladimir Platonow/ABr
