Operação Choque de Ordem tenta reestabelecer a segurança de Florianópolis

Florianópolis – Com três dias de ações, a operação Choque de Ordem, da Polícia Militar de Santa Catarina, retirou das ruas e conduziu à delegacia 79 moradores de rua e “guardadores de carros”, enquadrados no crime de vadiagem pela PM. No primeiro dia de operação, na última sexta-feira (6), foram 26 pessoas presas. Na terça (10), mais oito e, nesta quinta-feira (12), 45 pessoas. Os presos são encaminhados para a delegacia, respondem um Termo
Circunstanciado e depois retornam às ruas.

O comandante do 4º batalhão, coronel Araújo Gomes, explica os principais pontos da operação. “Primeiro, efeito econômico. Fora da rua ele não ganha o dinheiro dele e isso reduz a lucratividade do ponto que ele “guarda”;
segundo, ele entra no nosso sistema de informações, com foto e endereço atualizados; terceiro, reconstitui o sentido de ordem de presença da polícia nas ruas, ordenando o espaço público. E na fase posterior, essas prisões serão associadas a um encaminhamento social. Hoje, existem alguns programas, mas que têm pouca adesão por parte deles”, afirma o comandante.

A operação não é realizada todos os dias e faz parte de um conjunto de ações que se iniciou há três meses, com orientação à população, maior presença policial, arquitetura contra o crime, operações de cadastramento
e outras ações. “É uma fase de uma operação maior que visa tornar o centro da cidade seguro”, explica Gomes. A PM identificou que a criminalidade na região central está focada em duas tipos de crimes: arrombamentos noturnos
em comércio e roubo aos transeuntes nas áreas mais periféricas do Centro.

“A nossa inteligência apontou que os moradores de rua e os usuários de drogas que frequentam o Centro de noite, estão entre os principais responsáveis. Na análise dos dados, identificamos que a presença de moradores de rua e essa dinâmica que eles impõe à região, é fundamental para a criminalidade da região”, informa coronel Araújo Gomes. A ação se integra a outras medidas que não estão direcionadas aos moradores de rua e flanelinhas, como o combate ao tráfico de drogas no morro do Mocotó, que é o ponto que abastece o Centro, a maior presença na fiscalização do trânsito, na orientação a associações para a revitalização de áreas públicas do Centro e na adoção de medidas de prevenção a crimes.

Teoria da Prevenção Situacional

Ao mesmo tempo em que concedia a entrevista por telefone, o comandante Araújo Gomes, no local, coordenava uma operação em que foram apreendidos 10 kg de maconha e uma espingarda calibre 12. Ainda assim, ele explicou um
pouco da teoria em que se baseia a operação. “É basicamente o ordenamento do ambiente para a redução da criminalidade.”

A Teoria da Prevenção Situacional diz que um ambiente em desordem tende a facilitar o aumento da criminalidade. Pichações, moradores de rua, guardadores de carros, pela teoria, seriam facilitadores de desordem no espaço público, e componentes fortes para o aumento no número de crimes na região. Isso implica que ações para reduzir a criminalidade também precisam ter atuações na área de trânsito e também na melhoraria da aparência da região.

Assessoria de Imprensa/Ocapress

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