São chamados “médicos dos médicos” e também “príncipes da Medicina”. Há quem os chame de, “juízes da prática Médica”. Os médicos e médicas patologistas, como são definidos na literatura médica e erudita, NÃO SÃO LABORATORISTAS, exercem a arte e a ciência de fazer diagnóstico, somando os conhecimentos clínicos com os achados morfológicos.
Eles não usam aparelhos ou equipamentos para fazerem medidas e dosagens, nem mesmo automáticas, tal como nos laboratórios de análises clínicas, que liberam resultados numéricos ou percentuais. Então, quem são os Médicos Patologistas (anatomopatologistas e citopatologistas)?
São responsáveis não só pelas autópsias (análise dos motivos morte), como também pelo diagnóstico de várias doenças, inclusive de lesões pré-cancerígenas, do câncer e do diagnóstico diferencial das diversas lesões, inflamatórias ou não, no corpo humano. Assim sendo, os médicos de qualquer especialidade, quando necessitam do diagnóstico definitivo, recorrem ao médico patologista.
Até os meados do século XIX, 1832, os médicos patologistas ocupavam-se apenas das necropsias (autópsias), isto é, do exame post-mortem, entretanto daquela época para cá esses especialistas passaram a examinar órgãos ou fragmentos de órgãos dos pacientes, para fornecer o diagnóstico em vida (biópsia), quando nasceu a denominada PATOLOGIA CIRÚRGICA, com a justificativa ou a interferência direta nas eventuais modificações dos procedimentos terapêuticos.
De acordo com o Código de Ética Médica “o exame Anátomo-Patológico, que é pericial e é obrigatório, sempre que se faz necessário”.
Quem julga esta necessidade? Será que um paciente, ao descobrir que o seu exame, do qual ele tinha direito, não fora realizado, poderia processar o médico por danos morais, haja vista estar psicologicamente comprometido pela falta do diagnóstico histopatológico?
Para diminuir os custos, na Europa estuda-se a possibilidade do cirurgião e um médico patologista assinem um documento dizendo não ser necessário, em casos específicos, o exame histopatológico, entretanto, a última palavra será sempre do paciente.
por Dr. Maurício Sérgio Brasil Leite
Médico Patologista e Citopatologista Professor Aposentado da Faculdade de Medicina de Universidade Federal de Goiás – UFG.
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