O navio Costa Concordia, que levava 4.000 pessoas, naufragou após bater em banco de areia próximo à ilha de Giglio (Itália)
Um navio de cruzeiro de luxo que levava mais de 4.000 pessoas naufragou na noite desta sexta-feira na costa da Itália. Inicialmente as autoridades italianas divulgaram que pelo menos seis pessoas haviam morrido, mas até a manhã deste sábado (14), somente três corpos haviam sido resgatados. Várias pessoas ficaram feridas, incluindo duas gravemente, e dezenas estão desaparecidas, segundo a imprensa italiana.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou a presença de brasileiros entre os passageiros do navio. Segundo o Itamaraty, pelo menos dois brasileiros que estavam na embarcação procuraram os consulados de Milão e de Roma, e teriam sido evacuados em segurança.
O navio Costa Concordia bateu num banco de areia próximo à ilha de Giglio e já havia inclinado cerca de 20 graus quando as pessoas começaram a deixar a embarcação em botes salva-vidas ou nadando. Helicópteros foram usados para retirar ao menos 50 pessoas que se refugiaram no deck do navio e se encontravam em situação delicada. Unidades da guarda costeira e barcos de passageiros participavam do resgate.
Porém, a retirada dos últimos passageiros e de membros da tripulação apresentou complicações. Uma fenda se abriu, causando vazamento dentro da embarcação, que inclinou.
Em nota, a Costa Cruzeiros confirmou que havia 46 brasileiros a bordo. Também informou que foram evacuados 3.200 passageiros e 1.000 tripulantes. A empresa acrescentou que cerca de 1.000 passageiros são italianos, 500 alemães e 160 franceses. Até o momento, as causas do naufrágio não foram identificadas.
Os passageiros e tripulação do navio Costa Concordia foram levados para a ilha de Giglio e colocados em escolas, casas e igrejas para passar a noite. O cruzeiro encalhou por volta de 21h30 horas (18h30 no horário de Brasília) perto da costa da Toscana.
A operação de resgate envolvendo botes salva-vidas, navios e helicópteros prosseguia horas depois do naufrágio. “No momento temos cerca de 40 homens no trabalho e aguardamos a chegada de equipes especializadas em mergulho para checar todo o interior do navio”, disse o porta-voz da corporação de bombeiros, Luca Cari.
“Não descartamos a possibilidade de que mais pessoas estejam desaparecidas. Isto é difícil porque o navio é enorme”, declarou.
Pânico
Luciano Castro, um dos passageiros, disse à imprensa italiana que “todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa”. Quando a luz voltou, o comandante anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas o barco começou a adernar. A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, revelou Castro.
Outra passageira, Mara Parmegiani, afirmou à mídia italiana que houve “cenas de pânico” no navio. “Estávamos sentados para jantar e ouvimos aquele grande estrondo. Acho que ele bateu em algumas rochas. Houve muito pânico, as mesas viraram, os copos voaram para todos os lados e nós corremos para os decks onde colocamos nossos coletes salva-vidas. Estávamos muito assustados e congelando, porque ninguém teve tempo de tomar mais roupas. Eles nos deram cobertores, mas não havia em quantidade suficiente”, disse.
Homem caminha em praia próxima ao local do naufrágio do navio – Foto: AP1/8
A Costa Crociere, empresa proprietária do navio, afirmou que ainda é cedo para dizer o que causou o acidente. “A inclinação gradual do navio tornou a retirada dos passageiros extremamente difícil”, afirma um comunicado divulgado pela companhia. “A posição do navio, que está piorando, tornou mais difícil a última parte da retirada.”
O Costa Concordia havia deixado o porto de Civitavecchia, perto de Roma, na sexta-feira para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, que deveria terminar em sete dias em Marselha, na França, após passar por portos da Sicília, da Sardenha e da Espanha. O navio transportava cerca de mil passageiros italianos, 500 alemães e 160 franceses, segundo o armador, que não precisou a nacionalidade das demais pessoas a bordo.
IG com informações da AFP, BBC Brasil, EFE e Reuters