Barra Velha – Os fortes ventos que atingiram Barra Velha na madrugada de ontem (dia 8 de setembro) danificaram aproximadamente duas mil casas e deixaram dezenas de desalojados temporários, segundo informações da Prefeitura local. O prefeito Samir Mattar (PMDB) decretou estado de emergência no município hoje (quarta-feira, 9 de setembro) pela manhã.
Entre os pontos críticos atingidos pelo vento estão vários prédios do bairro São Cristovão, como as estruturas do Circo Escola Teatro de Lona Cultural, boa parte dos telhados dos dois pavilhões da Cozinha Comunitária Iolanda Brugnago, do ginásio de esportes Valdir Nazário e também da Escola Especial Flávio Quirino Borges, da APAE.
Diante da ameaça da natureza, a Celesc sofreu vários blecautes durante todo o dia de terça-feira, e ainda há pontos no município e na região sem energia elétrica. Em Barra Velha, além do Circo Escola e da Cozinha Comunitária, o rastro de estragos foi grande. Uma porta da Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro São Cristóvão foi ao chão, e o Centro de Ensino de Jovens e Adultos (CEJA), no mesmo bairro, teve telhados atingidos. Placas de trânsito e comerciais foram ao chão.
O telhado de uma casa desabou inteiro sobre a casa vizinha, na rua José Atta Michereff, no Tabuleiro. O carro da família, um Ford, estava na garagem. A moradora, Adércia Silva, revela que ficou desesperada, pois o barulho das telhas e madeiras caindo sobre sua casa “parecia uma metralhadora”.
Até mesmo a panela gigante de fibra que divulgava a 13ª Festa Nacional do Pirão, que acabou na segunda-feira, dia 7, foi arremessada da marginal da BR-101 e parou nas proximidades do Pronto Atendimento 24 Horas, na rua Miranda Coutinho, cerca de 200 metros à frente.
No setor de Educação, a princípio, as aulas estão mantidas normalmente. Segundo a secretária Antonina Ramos, os estragos maiores foram mesmo na APAE, CEJA e ginásio do São Cristóvão, mas funcionários do setor de Obras que dão manutenção da rede municipal de ensino percorreram as unidades e avaliaram a situação. Foram também registrados prejuízos nas escolas do Sertãozinho e do Escalvado.
No Circo Escola de Barra Velha, segundo a fundadora e diretora da instituição, Marlene D’Eça Campos, de 71 anos, a lona e os ferros adquiridos recentemente por R$ 150 mil estão praticamente inutilizáveis. Segundo Marlene, ela nunca viu uma força da natureza tão grande. A lona foi comprada com diversos subsídios, e o grupo circense levou dois anos para costurá-la e deixá-la pronta.
O espaço seria inaugurado ainda este mês. O Circo Escola existe há 10 anos e atende crianças carentes de 7 a 18 anos. O trabalho no local atende cerca de 120 crianças. Ainda há os problemas registrados no novo conjunto residência da Cohab do São Cristóvão, que teve praticamente todas as 63 casas destelhadas.
Fonte: Assessoría de Imprensa