Brasília – O presidente da Fundação Instituto Butantan, Isaías Raw, afirmou hoje (11), ao comentar a chegada da cepa do vírus Influenza H1N1 ao Brasil, que a instituição deverá produzir, inicialmente, 30 milhões de doses da vacina contra a doença. A cepa foi enviada ao país pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recebida no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Ao participar de audiência pública sobre a influenza A (H1N1) – gripe suína – na Câmara dos Deputados, Raw garantiu que não há capacidade industrial, nem no Brasil, nem no resto do mundo, para que todas as pessoas sejam vacinadas. “Isso é conversa, não existe e não vai existir”.
“Trinta milhões [de doses] não vacinam todo mundo”, disse, ele ao destacar a prioridade para profissionais de saúde, dentre outros. “A meta é saúde pública, não é lucro. Prevenir é mais barato do que tratar. Ninguém vai fazer uma loucura e montar milhões de hospitais”, afirmou. A estimativa de Raw é que a vacina comece a ser distribuída no Brasil em janeiro de 2010.
Sobre a possibilidade de incluir gestantes como grupo prioritário para vacinação – diante do alto número de óbitos provocados pela gripe suína – ele admitiu que não se sabe ainda se há algum efeito da vacina na formação do feto. Para Raw, mulheres grávidas não devem receber a vacina, mas o tratamento com Tamiflu.
Crianças, segundo o médico, também devem ser vacinadas o mais rápido possível, já que muitas vezes o vírus chega aos familiares vindo das escolas. “Mas não vão ser vacinadas este ano porque não há vacina suficiente”, ressaltou.
Paula Laboissière/ABr