Planalto Alegre – O tema “Avicultura” foi mais uma vez debatido em uma audiência pública realizada ontem (09), no Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) de Planalto Alegre. A audiência foi a primeira de 19 já agendadas em municípios da região. No próximo dia 23 será realizada em Chapecó, às 9h, e em Caxambu do Sul, às 19h30min. Já no dia 31 será a vez de Guatambu, às 19h30min.
Em Planalto Alegre, a audiência foi proposta pelo vereador Elvino Taffarel (PT), em requerimento aprovado na Câmara de Vereadores. O objetivo é organizar os avicultores para que consigam melhores pagamentos nos lotes e garantias na atividade. “Hoje os avicultores não têm perspectiva nenhuma, há demora no pagamento, demora para alojar, enfim eles não têm como se planejar. Além disso, há grande quantidade de aviários fechados, cobrança de investimentos sem garantias de retorno”,comenta Taffarel. “Se continuar desta forma, a avicultura no nosso município irá acabar”, relata.
Em Planalto Alegre, segundo o Secretário de Agricultura, Adilson Zambom, são 92 criadores de frangos e quatro de Perus. Zambon mostrou a preocupação da administração com a situação em que se encontram os avicultores, pois isso afeta também o movimento econômico do município. “Então estamos juntos nesta luta. Vamos nos organizar. É injusto o que está ocorrendo: produtores trabalhando 60 dias sem sobrar nada, com dívida no banco devido aos financiamentos e outros ainda com aviários fechados por não ter condições de investir”, destaca Zambom.
Prejuízo
A professora da Unochapecó, Rosimari Fátima, esteve presente na audiência e apresentou o resultado de uma pesquisa desenvolvida pelo professor Celso Zarpellon. A pesquisa foi realizada neste mês e buscou uma média do custo de produção de frango (48 dias) e peru (110 dias). Rosimari explica que é um valor que varia conforme o produtor, pois há diversos fatores que podem alterar o resultado. No entanto, a pesquisa demonstrou que a renda de um lote de frango é de pouco mais de R$ 5 mil, enquanto o custo de produção ultrapassa R$ 7 mil. Isso significa que o produtor de frango amarga um prejuízo de aproximadamente R$ 2 mil por lote.
Já para os produtores de Peru o prejuízo é ainda maior. Enquanto a renda gira em torno de R$ 8.920,00 o custo de produção é de aproximadamente R$ 12.178,02, ou seja, mais de R$ 3 mil de perdas por lote.
O Procurador do Trabalho, Sandro Sardáh, ressaltou que cada avicultor deve fazer a planilha de cálculos dos gastos para a produção. Pois com a planilha será possível ter mais provas do prejuízo que eles estão tendo, auxiliando nas discussões com as empresas. Por isso se encaminhou na audiência que os produtores podem passar na Secretaria de Agricultura que será disponibilizado um modelo de planilha da Embrapa para realizar os cálculos.
O coordenador da Fetraf Sul em Santa Catarina, Alexandre Bergamin, salientou que é preciso avançar urgentemente em alguns pontos, tais como contrato, valor mínimo por lote e negociação anual.
AI/Redação 24 Horas
