Uma parada respiratória que acontece principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. O problema, conhecido como Apneia Obstrutiva do Sono, ocorre devido a obstrução total ou parcial e transitória da passagem do ar pela garganta, o que acaba gerando breves e repetidas interrupções na respiração. O organismo, ao notar essa pausa momentânea, envia um sinal de alerta para o cérebro e o indivíduo acorda a tempo de desobstruir a garganta, caso contrário, teria uma morte por asfixia.
Segundo a Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi, a pessoa que sofre com o distúrbio não percebe os despertares enquanto dorme e que podem se repetir até mil vezes a cada noite, nos casos mais graves. “O sono fica fragmentado e há dificuldades para entrar no estágio profundo, quando ocorre de fato o desligamento do cérebro e o sono renovador. Com isso, o indivíduo não descansa, podendo ter fadiga durante o dia, sonolência, dificuldade de memória, entre outros problemas que podem surgir ao longo da vida, como as doenças cardiovasculares, entre elas, a hipertensão”, explica.
O tratamento correto da apneia depende da causa e da gravidade da doença, podendo ser de origem fisiológica, quando há um menor espaço para passagem de ar na boca e garganta, ser causada por maus hábitos como o consumo excessivo de álcool e fumo, causando um relaxamento nos músculos das vias aéreas, ou até mesmo pela má postura ao dormir. “Em alguns casos, algumas mudanças comportamentais relativamente simples podem reduzir consideravelmente ou até mesmo eliminar a ocorrência da apneia, tais como, a correção da postura durante o sono com o uso do travesseiro em altura e suporte apropriados, a perda de peso e a eliminação do consumo de álcool e tranquilizantes, por exemplo”, destaca.
Nos estágios mais graves da doença, a orientação é que se busque sempre um auxílio médico, a fim de que seja feita a prescrição mais adequada para o tratamento do distúrbio, como o uso do aparelho CIPAP (máscara para pressão positiva contínua na via aérea), dentre outros.
PESQUISA RELACIONA APNEIA À HIPERTENSÃO ARTERIAL
Recentemente, a tese de que o aumento da pressão arterial está relacionada com a apneia foi estudada por um grupo de cientistas do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Na pesquisa foi constatada que a condição mais frequentemente associada à hipertensão resistente – a que não cede com o uso de medicamentos – é a apneia do sono.
De acordo com a Consultora do Sono da Duoflex, o tempo insuficiente de repouso noturno, por exemplo, é um dos fatores que afetam negativamente a capacidade do organismo em lidar, sobretudo, com o cortisol – o hormônio relacionado ao estresse – e que pode elevar a pressão. “Enquanto a pessoa dorme, o organismo realiza o processo de regeneração celular e recupera as energias essenciais para o equilíbrio do corpo e da mente. Além disso, a frequência cardíaca diminui e a pressão arterial se mantém baixa ou normal. Entretanto, quando o indivíduo não repousa adequadamente, o corpo não produz os hormônios necessários para o seu bom funcionamento, provocando, consequentemente, o aumento da pressão sanguínea”, finaliza Renata.
ai/UNO