por Dr. Ricardo Teixeira
Em vários países, a metoclopramida (Plasil) é considerada a droga de escolha para combater os vômitos entre mulheres grávidas. Nos EUA, há uma certa restrição ao seu uso.
No Brasil, a bula do medicamento traz a informação de que estudos em pacientes grávidas não indicaram má formação fetal ou toxicidade neonatal durante o primeiro trimestre da gravidez e que uma quantidade limitada de informações em mulheres grávidas indicou não haver toxicidade neonatal nos outros trimestres. A bula ainda conclui que, se necessário, o uso da droga pode ser considerado durante a gravidez.
Realmente ainda existem evidências limitadas quanto à segurança da metoclopramida durante a gravidez, mas um estudo recém-publicado pelo periódico The New England Journal of Medicine vem reforçar o conceito de que a droga não traz riscos ao bebê.
Os pesquisadores analisaram o registro de mais de 80 mil bebês de um distrito na região sul de Israel, sendo que 4.2% deles haviam sido expostos à metoclopramida no primeiro trimestre de gravidez. Quando se comparou bebês expostos à droga com bebês não expostos, não houve diferença no risco de malformações congênitas, tampouco no risco de baixo peso ao nascimento, prematuridade ou morte perinatal.
Os resultados trazem ainda mais segurança às grávidas que precisam usar metoclopramida para aliviar sintomas de náuseas e vômitos tão comuns no primeiro trimestre da gravidez.
Dr. Ricardo Teixeira é Doutor em Neurologia pela Unicamp. Atualmente, dirige o Instituto do Cérebro de Brasília (ICB) e dedica-se ao jornalismo científico. É também titular do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia” www.consciencianodiaadia.com e consultor do Grupo Athena.