Joinville – O trabalho do Núcleo de Assistência Integral ao Paciente Especial, Naipe, de Joinville, atraiu a atenção do Ministério da Saúde. O Naipe foi a única instituição municipal a ser chamada pelo Ministério para participar da elaboração da nova portaria que vai regulamentar os procedimentos especializados para pessoas com deficiência. Também foram convidadas as secretarias de saúde de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. “Estes Estados levaram propostas sobre o que gostariam de fazer. O Naipe levou exemplos daquilo que pratica,” comenta o coordenador do Núcleo Eduardo Hudson Amaral.
A equipe do Naipe foi convidada para ir a Brasília no dia 3 a 5 de novembro, e vai retornar em dezembro ou janeiro, em data a ser definida, para nova discussão. Segundo Eduardo, Joinville despertou atenção porque desde sua criação, há 7 anos e 8 meses, o que é desenvolvido aqui é
informado a Brasília. “Agora, a seriedade com que o município investe no deficiente está sendo tomada como referência. E estamos com a responsabilidade de contribuir para uma diretriz nacional, baseada nos procedimentos utilizados que utilizamos”, complementa. No momento, o Naipe
atende cerca de 1.800 pacientes com deficiência intelectual, de todas as idades.
Com a nova portaria, quem recebe os recursos terá de ter os equipamentos e profissionais específicos, e passará por auditoria, a fim de garantir que o atendimento de saúde seja prestado por instituição credenciada e preste o serviço adequado ao usuário. O médico Guilherme Lima, membro do Planejamento da Secretaria de Saúde, explica que a portaria também irá sugerir a intersetorialidade com outras áreas além da saúde, como educação, infraestrutura, educação e assistência social. “O ponto principal é a emancipação da pessoa deficiente e sua socialização. E isso vai muito além de uma rampa. Significa frequentar a escola, ter um relacionamento e capacidade de independência,” avalia Guilherme.
Uma ideia da portaria que está sendo elaborada quer hierarquizar o atendimento de saúde ao deficiente, ou seja, passando pela Unidade Básica de Saúde, atendimento especializado ou hospital. Para isso, os profissionais destas áreas devem ser envolvidos e capacitados para atendimento, diagnóstico e encaminhamento do deficiente, como ocorre com os demais pacientes.
Uma estimativa do IBGE aponta que 7% da população têm alguma deficiência intelectual. Os casos leves podem passar despercebidos, mas os moderados e graves têm dificuldades importantes nas atividades normais, necessitando de atendimento especializado.
Fonte : Assessoria de Imprensa