sábado, junho 14, 2025

Mal de Parkinson não é somente tremor nas mãos

Dr. Ricardo Teixeira

Onze de abril é o dia internacional da Doença de Parkinson, doença que afeta preferencialmente os idosos, acometendo por ano cerca de 20 indivíduos a cada 100 mil. É uma das mais comuns doenças neurológicas e o número de pessoas acometidas pela doença deve aumentar ainda mais com o atual processo de envelhecimento da população.

Nos últimos anos, a ciência tem entendido como nunca que a Doença de Parkinson vai muito além dos conhecidos sintomas motores classicamente associados à doença, como o tremor, rigidez e lentidão dos movimentos e instabilidade postural. Quando um indivíduo chega a apresentar esses sintomas motores, o cérebro na verdade já apresenta um estado avançado de alterações neuropatológicas. Alguns sintomas têm sido identificados vários anos antes dessa fase motora: redução do olfato, constipação e sintomas gástricos, urgência urinária, disfunção sexual, transtornos do sono, depressão e outros transtornos neuropsiquiátricos.

Já podemos contar com medicações que são capazes de melhorar os sintomas e a qualidade de vida de portadores de doenças degenerativas do cérebro, como é o caso da Doença de Parkinson. Entretanto, essas doenças são progressivas e infelizmente ainda não existem terapias capazes de mudar o curso natural do processo degenerativo. Muito tem se investido para o desenvolvimento de diagnósticos cada vez mais precoces para que quando dispusermos de terapias que efetivamente consigam frear a evolução da doença, possamos atuar antes que muitos neurônios já tenham sido perdidos. Enquanto isso não acontece, diagnóstico precoce significa tratamento precoce e melhor qualidade de vida para quem sofre da doença.

Calcula-se que já na próxima década, um quarto das mortes e casos de incapacidade nos países industrializados será causado por doenças neurológicas. Iniciativas de educação à comunidade leiga de como reconhecer essas doenças e de quando vale a pena procurar o médico são muito importantes. E sensibilizar a sociedade no dia internacional de uma doença é uma grande oportunidade para ajudar a reduzir seu custo social.

Dr. Ricardo Teixeira é Doutor em Neurologia pela Unicamp. Atualmente, dirige o Instituto do Cérebro de Brasília (ICB) e dedica-se ao jornalismo científico. É também titular do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia” e consultor do Grupo Athena.

UNOPress
UNOPress
A UNOPress é uma Agência de Marketing Digital especializada em Assessoria de Imprensa e Marketing de Conteúdo. Produz conteúdo para diversas empresas que buscam Page Authority e Domain Authority.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhar

Mais lidas

Mais desta Categoria

O que fazer em caso de queimadura de água-viva

A água-viva é um animal marinho coberto por células...

Peixe de Cativeiro: O Perigo da Falta de Ômega 3

O consumo de peixe como a tilápia é amplamente...

A Verdade Por Trás do Salmão: Você Pode Estar Comendo Truta Salmonada

Quando você escolhe o “salmão” no supermercado ou no...

Agrotóxicos e os Casos de Câncer: O Que Você Precisa Saber

O uso crescente de agrotóxicos na produção agrícola é...