Florianópolis – O VII Congresso Catarinense dos Municípios, que acontece hoje e amanhã (30 e 1º), no Centrosul, em Florianópolis, continuou nesta tarde com palestra sobre “Sistema de Gestão de Pessoas”. O tema foi abordado por dois especialistas. O primeiro a falar foi Leonardo Secchi, professor da Udesc, que mostrou como a gestão de pessoas é feita em outros países. Segundo ele, países como os Estados Unidos e Inglaterra trabalham e investem em questões como recrutamento, seleção e remuneração de seus servidores. “Os municípios catarinenses precisam investir naqueles que trabalham por ele. Santa Catarina deve buscar o pioneirismo no que se refere à gestão de pessoas e implantar essas questões.”
A professora da Unoesc, Eliane Salete Filippim, acredita que os municípios podem alcançar a excelência em gestão pública de pessoas se investirem em seus servidores. “A população espera muito dos servidores, que precisam ser multiplicadores, e não apenas repetidores. O aprendizado tem que ser contínuo, constante e sistemático”, disse. Eliane apresentou alternativas para uma gestão pública mais rentável como a excelência dirigida ao cidadão, à gestão participativa, à valorização das pessoas e à orientação para resultados.
Na segunda parte do evento, o tema apresentado foi “Arrecadação Municipal e Estadual”, pelo secretário estadual da Fazenda, Antônio Marcos Gavazzoni, e pelo diretor executivo da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), Celso Vedana.
Gavazzoni, que já trabalhou em diversas prefeituras do estado, falou sobre a crise vivida pelo mundo em 2009, que também atingiu o Estado. “Em 2009 passamos por uma grande crise. Foram momentos difíceis e todos sofremos, inclusive os municípios.” De acordo com o secretário, a baixa arrecadação prejudicou muito os municípios. Santa Catarina deveria receber da União o valor de R$ 2,5 bilhões, mas só recebeu R$ 1,8 bilhão. “O orçamento diminuiu, mas temos que trabalhar com essa realidade. O importante é olhar para nossa gestão e tirar o que há de melhor nas outras gestões municipais e tentar aplicar no seu município. Somos um estado pequeno e ainda dá tempo de fazer alguma coisa.”
O secretário sugeriu que os municípios criem fundos para cuidar de suas realidades e disse que o Estado está conseguindo superar a crise com a reeducação financeira e a redução da carga tributária, combatendo a sonegação fiscal e dando isenção fiscal àqueles que merecem.
Último a falar, Celso Vedana afirmou que, em 2008, cerca de R$ 167,28 bilhões do valor arrecadado ficaram com os municípios. “Esse valor poderia ser maior se o governo federal não tentasse tirar o Brasil da crise retirando da nossa fatia do bolo. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduz, e muito, o repasse do Fundo de Participação dos Municípios”, explicou.
Como sugestão para uma melhor gestão, Vedana sugeriu a maior liberdade orçamentária para os municípios e a melhoria no sistema administrativo e judicial de cobrança. “Precisamos trabalhar a organização nas administrações municipais para que se tornem mais eficientes. É melhor para todo mundo”, concluiu.
Fonte : Graziela May Pereira