Britânicos fazem campanha para piorar imagem do país evitando migração

epa000464343 A view of London taken from the south London Thursday, 23 June 2005 following a government smog warning for the capital and south eastern England because of the high levels of air pollution. Temperatures in the city Thursday expect to reach at least 31degrees of celsius. EPA/TOM HEVEZI

As autoridades britânicas pretendem piorar a imagem de seu país na Roménia e Bulgária. Apresentando desvantajosamente a Inglaterra, Londres pretende intimidar potenciais imigrantes que podem invadir o Reino Unido no próximo ano, altura em que termina o vigor das quotas de entrada no país de cidadãos dos novos membros na UE.

Em 2007, a Inglaterra decidiu aproveitar o direito de adiar em sete anos a abertura de suas fronteiras para os novos membros da UE – a Roménia e Bulgária. Londres não fez isso em 2004 durante a primeira onda de alargamento da União Europeia, quando lá entraram a Eslovénia, Polônia, Hungria, República Tcheca, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Chipre e Malta. Posteriormente, a Inglaterra lamentou este passo, diz a diretora dos programas europeus do Centro de Estado da Sociedade Pós-Industrial, Ekaterina Kuznetsova:

 

“Quando na União Europeia entraram 10 Estados, principalmente países do Leste Europeu, foi previsto um certo período de transição para a abertura do mercado do emprego. A Grã-Bretanha foi um dos países a decidir abrir o seu mercado para cidadãos dos novos membros da UE. Tanto que outros países, em particular a França e Alemanha, foram fechados para estes cidadãos, o fluxo principal de migrantes dirigiu-se nomeadamente para a Inglaterra. São vários milhares de centenas de pessoas”.

 

Em geral, não se pode dizer que os estrangeiros se tornaram um fardo muito pesado para a infraestrutura britânica. A maioria deles encontrou emprego, poucos migrantes solicitavam subsídios e assistência médica. Contudo, não foi fácil para o país “digerir” num curto período tanta quantidade de novos habitantes. Por outro lado, a população nativa expressava frequentemente descontentamento com tal fluxo de estranhos.

 

Por isso, Londres tentou preservar-se no máximo da segunda onda de imigração, introduzindo inicialmente uma moratória de sete anos à entrada de romenos e búlgaros. Agora estão a ser mudados os questionários para migrantes. Para poder entrar na terra britânica, eles devem conhecer não apenas como decorrem entrevistas de admissão no trabalho e orientar-se em particularidades do sistema bancário, mas também têm que ter conhecimento sobre conquistas esportivas do país e acontecimentos históricos. Examinadores podem perguntar o nome do almirante morto na batalha naval em 1805, cujo monumento está instalado na Trafalgar Square em Londres e que monumento do período pré-histórico se encontra no Condado de Wilshire.

 

Está previsto que as pessoas que passarem nos testes, terão três meses para encontrar emprego. Caso contrário, migrantes fracassados podem ser deportados.

 

Londres faz tudo para impedir a entrada de novos imigrantes, em primeiro lugar os romenos que tem a imagem mais negativa na Europa, aponta o chefe da cátedra da política da União Europeia do Instituto de Relações Internacionais de Moscou, Oleg Barabanov:

 

“A Romênia tornou-se o principal “encrenqueiro” na UE, sobretudo em países romanos. Na Itália, por exemplo, aumentou o número de crimes por causa de migrantes romenos. A polícia italiana declara abertamente que naturais da Romênia dão cobertura a traficantes de cocaína. Vários políticos até propõem limitar a entrada de romenos no país. Hoje, naturalmente, quando desaparecem quotas laborais provisórias, os britânicos têm receios de que possam repetir o destino da Itália nesse sentido”.

 

Britânicos são obrigados a filmar “spots” sobre mau tempo no país, um alto nível do desemprego e salários pequenos de empregados de baixa qualificação. Não se explica, contudo, como tudo isso se combina com afirmações antigas de políticos britânicos de que a Inglaterra é uma sociedade contemporânea próspera e um local ideal para a vida.

 

Natalia Kovalenko
VDR/UNO