Por Mauro Queiroz –

Ainda sob o soluço da dor da vítimas do clima no Rio de Janeiro resta a pergunta : Quem é o culpado?
Nestes dias ante as cenas chocantes do desastre climático no Rio de Janeiro viu-se pessoas em desespero e outras milhares pedindo providências ao ver seus bens e patrimônio perdidos. Nada comparados a perda da vida de entes queridos e dos sonhos que foram juntos com a enxurrada ou desceram o morro nos deslizamentos.
Considero que grande parte da culpa deve recair sobre os governos. Não este ou aquele governo, mas sobre todos os governos que se reversaram ao longo dos anos expedindo licenças sem uma visão de futuro e sem esperar que um dia a natureza iria emitir uma fatura. Não se pode eximir da culpa os cidadãos que ocuparam os morros; que curtiram como donos natureza uma linda vista que agora vêem destruída; pessoas que sobre a égide da probreza ou falta de moradia invadem áreas verdes; pessoas que com poder ecônomico apropriam-se da natureza somente para si e fazem dela uso particular. Somos todos culpados!
Contudo, o que considero triste mesmo é a omissão e atitude da imprensa que nestes dais mostram somente o caos – afinal dá audiência – ao invés de chamar todos ao debate sobre código florestal, licenças ambientais, fiscalização e desapropriação. O assunto que considero mais importante é a vida sustentável de cada cidadão.

Houve um tempo em que preservação do meio do ambiente e políticas sustentáveis eram assuntos para empresas, organizações, governos e ONGs. Entretanto, este tempo não existe mais! Sustentabilidade Pessoal é coisa para todos. Desde o cidadão no final da fila das responsabilidades ambientais até o chefes de governo. E quem alegar que não sabe ou não tem conhecimento devria ser punido exemplarmente. Pois a TV aberta, relata as catastrófes resultados da ocupação de áreas que nunca deveriam serem licenciadas. Desde de Blumenau a Teresópolis.
A verdade é que grande parte da população atiginda ocupava áreas de risco e muitas com alvará e licença ambiental expedidos por governos em diversos níveis. Gente que destruiu ou modificou o desenho da natureza sem pensar na idéia da preservação e nas consequências. A natureza deu o troco!
Chegou a hora de todos assumirem sua parte na culpa. E o dever começa em casa. Práticas simples devem começar imediatamente :
O povo :
– O abandono das sacolas plásticas
– Usar o máximo possível de recicláveis
– Evitar ocupação de áreas verdes (que no futuro tornam-se áreas de risco)
– Denunciar qualquer agressão ao meio ambiente.
Dos Governos :
– Suspender imediatamente emissão de licenças para construção ou ocupação :
– Em área de marinha;
– Em morros;
– Em margem de rios (mata ciliar).
No mapa acima pode-se notar o desenho da mata atlântica quando o Brasil foi descoberto comparado a 2007. Lógico que era de se esperar que algo viesse à tona. Tudo isso já foi previsto.
Atualmente no Brasil há mais gado do que gente! São mais de 200 milhões de cabeças de gado e isto faz de nós o maior exportador de carne do mundo. E para que este gado exista é preciso que haja mais e mais desmatamentos.
É hora de pensar… preservação é coisa de todos e não somente de Ongs e Governos.
por Mauro Queiroz